Os advogados do antigo primeiro-ministro consideram a decisão da PGR nula e insensata e voltam a dizer que o Ministério Público está a violar a lei.
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A defesa de José Sócrates vai impugnar "por todos os meios legais" a decisão da procuradora-geral da República de prorrogar o prazo de conclusão do inquérito da 'Operação Marquês'.
Em comunicado, a defesa do antigo primeiro-ministro considera que a decisão da Procuradoria "se traduz essencialmente em deitar as culpas ao mordomo e talvez para evitar novas violações dos prazos".
Os advogados de José Sócrates dizem que esta decisão de Joana Marques Vidal é "ilegal e ilegítima" e que representa a violência desenfreada sobre as pessoas, a falta de respeito absoluto pelos direitos e garantias dos arguidos.
Os procuradores elencaram seis fundamentos para justificar novo adiamento da conclusão do inquérito, incluindo a necessidade de aprofundar a investigação ligada à PT, realização de novas diligências e atrasos de Angola e Suíça na resposta a cartas rogatórias, entre outros.
Na terça-feira, a defesa de Sócrates alegou que o prazo dado pela procuradora-geral da República para concluir o inquérito "Operação Marquês" terminou à meia-noite de segunda-feira pelo requereu a notificação do despacho de arquivamento.
Sócrates está indiciado por corrupção, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, num processo que investiga crimes económico-financeiros e que tem 28 arguidos, 19 pessoas e nove empresas.
Entre os arguidos estão Armando Vara, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e antigo ministro socialista, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, João Perna, antigo motorista de Sócrates, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-administradores da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.