Ordem alerta para a necessidade de garantir a Saúde Pública. O Bloco de Esquerda alerta para o facto de as farmácias passarem a ter os dados dos utentes.
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O Bloco de Esquerda e a Ordem dos Médicos questionam a intenção do governo de pôr farmácias a dar vacinas incluídas no plano nacional de vacinação.
O Infarmed explica ao Jornal de Noticias que a ideia é complementar o trabalho dos centros de saúde, para chegar a mais pessoas. As vacinas continuariam a ser gratuitas, mas ainda não estão definidas quais seriam dadas nas farmácias e se estes estabelecimentos seriam compensados por esse serviço.
Ouvido pela TSF, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, diz não entender a ideia do governo. O bastonário lembra que os centros de saúde estão a funcionar muito bem pelo que não se percebe o motivo para vir dispersar o plano nacional de vacinação.
"Não vejo a necessidade nem percebo o que está por trás disto", adianta Miguel Guimarães.
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O bastonário dos médicos lembra que as vacinas podem causar efeitos adversos, aos quais as farmácias não podem responder. Miguel Guimarães afirma que mais importante é garantir a saúde pública.
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Também o Bloco de Esquerda não compreende a necessidade da medida. Ouvido pela TSF, o deputado Moisés Ferreira diz que "não há nenhuma justificação para esta delegação de competência", até porque o Plano de Nacional de Vacinação português é um dos que têm maior cobertura vacinal no mundo.
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O deputado admite que é preciso aumentar essa cobertura vacinal mas tal deve ser feito através do "reforço dos cuidados de saúde primários", "o reforço de profissionais, médicos e enfermeiros para permitir chegar a mais pessoas".
Moisés Ferreira lembra ainda que as farmácias passariam a ter acesso aos dados clínicos dos utentes que são "dados da maior reserva e que não podem estar para aí a circular de forma fácil" entre o Serviço Nacional de Saúde e os computadores das farmácias.
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A TSF contactou esta manhã, o Infarmed e o ministério da saúde para mais esclarecimentos sobre a medida. Aguardamos ainda resposta.