O bastonário da Ordem dos Médicos denuncia que essa é uma prática seguida em muitos hospitais e exige que o Ministério da saúde ponha fim a uma situação que prejudica médicos e utentes.
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José Manuel Silva, em declarações à TSF, defende o fim definitivo dos turnos de urgências de 24 horas e a criação de um registo que controle tempos de trabalho, medidas para evitar a exaustão que já levou profissionais a adormecer em serviço.
Para o bastonário, a proibição deve ser definitivamente legislada pelo Governo, no sentido de impedir a sua violação. Enquanto a legislação não entrar em vigor, a Ordem quer que, pelo menos, seja obrigatório um período de quatro horas de descanso noturno em cada turno de urgência de 24 horas seguidas.
José Manuel Silva defende ainda que seja criado um registo nacional de trabalho no serviço de urgência, que permita controlar o número de horas semanais em urgência ou consulta aberta, realizadas por cada médico sem vínculo ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O registo seria aplicado aos médicos em regime de prestação de serviço, quer através de empresas ou em nome individual, uma vez que, ao contrário dos médicos com vínculo ao SNS, não têm legislação que regule e controle os seus tempos de trabalho.
Contactado pela TSF, o presidente da Associação de Administradores Hospitalares defende equipas especializadas só nas urgências. Alexandre Lourenço explica que isso permitiria fazer turnos de oito horas e não de 24.
O presidente da Associação de Administradores Hospitalares considera ainda que é preciso resolver um problema nacional, pois em Portugal não há carreira de médico de urgência.
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