Miguel Guimarães defende que os portugueses têm direito a conhecer os números oficiais.
Corpo do artigo
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, pediu esta sexta-feira aos conselhos de administração dos cinco hospitais onde decorrem a greve cirúrgica dos enfermeiros que revelem os números das operações já adiadas.
O Governo estima que serão cerca de cinco mil, já os sindicatos e a bastonária dos enfermeiros falam em sete mil. Miguel Guimarães defende que, mais do que os números que cada parte defende, os portugueses têm direito a conhecer a informação oficial dos hospitais.
"Os portugueses têm todo o direito de perceber o que é que está a acontecer aos portugueses que não são operados. Que doentes é que não são operados, qual a sua situação, gravidade e o que é que está a ser feito para resolver a situação. Isto até agora não foi cumprido, bem pelo contrário, acho que há cada vez mais desinformação. Não é informação oficial dada pelos conselhos de administração dos hospitais", revela o bastonário.
Tendo em conta esta situação, seguiu esta sexta-feira um pedido de informação para cinco hospitais, dos quais se pretende obter informações detalhadas.
"Já mandei os ofícios, ao abrigo da lei que regula o acesso aos documentos e à informação administrativa, a pedir aos conselhos de administração os dados não nominativos sobre: o número de cirurgias adiadas e quantas envolvem crianças, a indicação do nível de prioridade (normal, prioritário, muito prioritário, urgência diferida) e a patologia em causa, a data de inscrição no SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia) e do agendamento inicial, do dia em que foi marcada a cirurgia - para perceber quanto tempo é que o doente esperou pela mesma-, e também acerca da transferência de doentes para outros hospitais em consequência da greve."
Miguel Guimarães espera ter todas estas informações em cerca de dez dias.