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Bastonário da Ordem dos Médicos acompanhou jovens especialistas ao parlamento para entregar uma Carta Aberta à Comissão de Saúde. Há 700 médicos especialistas à espera da abertura de um concurso.
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Um grupo de jovens médicos especialistas acompanhados pelo Bastonário da Ordem dos Médicos entregou,esta tarde, no parlamento, uma Carta Aberta à Comissão de Saúde, em que alertam para o atraso na abertura de concursos para colocação dos novos médicos das especialidades hospitalares e de Saúde Pública.
Ao todo, são mais de 700 os jovens especialistas que aguardam a abertura dos concursos para serem colocados nas unidades de saúde do Serviços Nacional de Saúde. O Bastonário Miguel Guimarães pede celeridade e rejeita que a culpa seja qualquer entrave colocado pelo ministério das Finanças.
"O que me preocupa é tentar entender como é que o responsável pela saúde em Portugal não abre os concursos, a desculpa das Finanças para mim já não serve, quem é o responsável pelo ministério da Saúde não é o ministro das Finanças", disse o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, à saída do parlamento.
Segundo o bastonário - que, juntamente com jovens médicos especialistas, marcou presença na Comissão de Saúde com alguns dirigentes sindicais -, os concursos "estão atrasados há quase um ano" e os "médicos que terminaram a especialidade em março/abril de 2017 e os que terminaram em setembro/outubro de 2017 continuam à espera", tratando-se de uma "situação inédita" em Portugal.
Ouvido pela TSF, o deputado do BE Moisés Ferreira, que presidiu aos trabalhos na Comissão de Saúde, afirma que a comissão parlamentar tem o dever de discutir os processos de abertura destes concursos. Quanto ao concurso para estes médicos, Moisés Ferreira entende que a comissão "deve pronunciar-se a favor da abertura do concurso o mais depressa possível".
"Ninguém neste país pode dizer que estes médicos não são necessários no Serviço Nacional de Saúde", salienta o deputado.
Antes de ser entregue no parlamento, a Carta Aberta já seguiu também para a presidência da República e para o ministério da Saúde. O bastonário, Miguel Guimarães, adianta que os médicos vão agora analisar agora medidas de contestação que podem ser "inéditas", para que se possa fazer ouvir o descontentamento dos profissionais.
"Vamos saber até onde é que os médicos querem ir e propor algumas medidas inétidas para fazer sentir a nossa indignação. As medidas ainda não estão determinadas, vamos ouvir os médicos", sublinhou.
Para já, está criado um endereço eletrónico (denuncias@ordemdosmedicos.pt) e a ordem irá escrever cartas ao Governo contendo "recortes de jornais e de revistas" com artigos que alertam para a "falta de fundamentação científica" da medicina não convencional - isto a propósito da publicação, por parte do Governo, de um portaria que valida a criação de ciclos de estudo que conferem o grau de licenciado em medicina tradicional chinesa.