De máscara, contra o amianto. Pais e alunos protestam em escola de Vieira do Minho
Pais e alunos cumprem, esta segunda-feira, o terceiro dia de protestos contra o impasse nas obras de requalificação da Escola Básica e Secundária do concelho de Vieira do Minho.
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O presidente da associação de pais da escola, Paulo Magalhães, explica que as máscaras são "uma chamada de atenção e um grito de alerta para o problema muito sério" do amianto na escola.
"São centenas e centenas de alunos, professores e funcionários que todos os dias estão expostos ao amianto, com tudo o que isso implica de risco para a saúde", referiu.
O protesto traduz-se num cordão humano, que junta representantes de toda a comunidade escolar.
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Na quinta e na sexta-feira, a escola foi fechada a cadeado e ninguém foi às aulas.
Esta segunda-feira, os portões estão abertos, mas, segundo Paulo Magalhães, só entraram os alunos que têm testes ou visitas de estudo.
O responsável referiu que "mais de 90% dos alunos estão do lado de fora e não vão entrar", adiantando ainda que a luta vai continuar até haver garantia do arranque das obras.
"Queremos uma escola moderna, requalificada, sem amianto, sem chuva e sem frio nas salas de aula, queremos o que muitas escolas no resto do país já têm", diz a associação de pais.
O presidente da Câmara Municipal de Vieira do Minho, António Cardoso, explicou que já foram abertos três concursos para a obra, tendo os dois primeiros ficado vazios. O vencedor do terceiro concurso, por sua vez, "não reuniu as condições necessárias para iniciar os trabalhos".
O autarca considera que é necessário subir o preço base em 300 mil euros para aparecerem candidatos à obra. A Câmara diz que já pediu ao Ministério da Educação que suportasse a verba, para que a empreitada tivesse condições de ser adjudicada nos moldes em que foi concebido todo o projeto.
"Foi-nos proposto que revíssemos o projeto, para enquadrar a obra dentro dos valores previstos, mas não estamos disponíveis para isso. O projeto já foi revisto duas vezes e já chega. A escola precisa de uma intervenção a sério e não de uma intervenção faz de conta", referiu António Cardoso.
A obra foi a concurso por 2,7 milhões de euros, um investimento que será comparticipado em 75% por fundos comunitários.
A Câmara Municipal de Vieira do Minho já assumiu que entrará com 225 mil euros, apesar de se tratar de uma obra da competência do Governo. "O município até pode, eventualmente, disponibilizar mais algum dinheiro para a obra, mas não os 300 mil euros, porque não tem capacidade para tal", referiu António Cardoso.
O Ministério da Educação afirma que "está em contacto com a Câmara Municipal de Vieira do Minho, de modo a encontrar uma solução que permita, tão breve quanto possível, iniciar essa obra".
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