Na vila de Paredes de Coura, no distrito de Viana do Castelo, todos alimentam a esperança de ver reaberto o tribunal local, encerrado a 1 de setembro de 2014 por decisão do anterior Governo.
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"O Governo disse que ia repor o que estava, foi a promessa que fizeram", lembra Francisco Lima, que aguarda pelo anúncio da reabertura do Tribunal de Paredes de Coura no âmbito dos "ajustamentos" ao mapa judiciário que são apresentados esta terça-feira pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.
"As pessoas necessitam dos serviços do tribunal e as mais pobres não têm meios para se deslocarem daqui para Valença", acrescenta Francisco Lima, ouvido pela reportagem da TSF.
"Faz-nos tanta falta, é uma coisa nossa, e está ali o prédio fechado", lamenta Júlio Dantas, que nunca se conformou com o encerramento que obrigou os courenses a deslocarem-se aos serviços do Tribunal de Valença, localizado a 23 quilómetros de distância da vila.
"Quem não tem carro, tem que ir de autocarro e é preciso que haja porque agora são muito poucos", descreve Rosa Branca, queixando-se do desaparecimento de outros serviços. "Está tudo fechado, a gente nova está toda a ir embora. Mesmo os velhos como eu gostavam de sair daqui. Aqui estamos enterrados vivos. Se ao domingo não pegamos no carro para dar uma voltinha quase nem vemos gente", desabafa.
Rosa gosta mesmo é do verão, especialmente dos dias de agosto em que acontece o Festival de Paredes de Coura. "É a única coisa que dá alegria e movimento a esta terra mas devia de acontecer umas três vezes por ano. Quando acaba aqui ficamos, sozinhos e tristes", atira.