A Federação Nacional dos Médicos exige a contratação imediata de médicos para a Maternidade Alfredo da Costa e critica a atuação do ministro da Saúde.
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Os chefes de equipa das especialidades de ginecologia e obstetrícia da maternidade queixam-se de exaustão e de falta de pessoas. Os profissionais anunciaram que, dentro de duas semanas, vão deixar de fazer horas extraordinárias.
O presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), João Proença, afirma-se solidário com os médicos e fala numa "gestão desastrosa" que pode inviabilizar as urgências da maior maternidade do país.
"Desde novembro do ano passado que os responsáveis das urgências da Maternidade Alfredo da Costa exigem a resolução do problema da falta de médicos e a abertura de concursos para as pessoas que se formam na maternidade", afirmou o sindicalista.
"É uma gestão desastrosa, que põe em causa o funcionamento de uma unidade hospitalar que é um exemplo desde há muitos anos", criticou João Proença.
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Esta semana, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, admitiu constrangimentos pontuais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas afirmou existir um empolamento desses constrangimentos.
Perante esta posição, o presidente da FNAM classifica o ministro com duros adjetivos: "Ele patético, incompetente e cínico".
"O que é que um ministro faz num sítio em que não se responsabiliza pelo que faz?", questionou João Proença. "Não faz nada, está a utilizar um cargo político", acusou.
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"É uma situação insustentável", declarou o sindicalista, que pede a intervenção do primeiro-ministro, António Costa, se o ministro da Saúde não resolve o problema.
"É preciso urgentemente resolver o problema, para que, em agosto, não faltem médicos e a Maternidade Alfredo da Costa não tenha de fechar durante alguns dias", avisou. "Precisamos de negociar as carreiras para que as pessoas não saiam mais do Serviço Nacional de Saúde", concluiu.