A TSF esteve na centenária Farmácia Oriental, no centro do Porto, que desde 2010 está a sofrer prejuízos. Os responsáveis dizem que este já nem é um negócio.
Corpo do artigo
António Conceição é farmacêutico há quase 45 anos. Trabalha na centenária Farmácia Oriental, no Porto. Os clientes são cada vez menos: "Há uns atrás era um bom negócio, há meia dúzia de anos deixou de ser negócio, porque só os grandes grupos conseguem sobreviver".
O diretor técnico, Pedro Gonçalves, diz que nos últimos seis anos o negócio mudou e as receitas, agora, dão à justa para cobrir as despesas. "Através do abaixamentos dos preços, das margens, perda de poder de compra, perda de exclusividade de venda de medicamentos para outras superfícies fez com que o setor se ressinta, tenha ressentido e continue a ressentir-se", diz.
A farmácia Oriental é pequena e não consegue ter poder de negociação. "Vendendo menos compramos menos e ao comprar menos temos menos margem para negociar. Quanto menos se compra menos se tem hipótese de comprar bem. É um jogo muito complicado", explica Pedro Gonçalves.
Pedro Gonçalves pede, por isso, mais sensibilidade aos responsáveis políticos: "Fazer um ajuste às margens, as margens progressivas não são razoáveis, devia ser uma margem fixa. E os preços baixaram demasiado".
Ao lado está António Conceição, que teme pelo futuro: "Temo por quem cá está, pelos jovens, tenho um filho farmacêutico e temo por ele... Só vejo problemas".