O problema em Vila Real de Santo António foi detetado em novembro de 2015, mas o regulador diz que este verão as torneiras continuavam abertas e a serem usadas, apesar da ordem para serem seladas.
Corpo do artigo
A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) detetou uma contaminação por legionella no Centro de Saúde e no Serviço de Urgência Básico de Vila Real de Santo António.
O caso é considerado grave e um perigo para a saúde dos utentes e profissionais de saúde.
O problema foi detetado pela ERS quando em julho visitou o edifício numa inspeção depois de denúncias de falta de condições para depositar cadáveres.
A deliberação consultada pela TSF explica que foi essa denúncia que levou os técnicos a estes serviços de saúde que funcionam num edifício de Vila Real de Santo António. E foi na primeira inspeção que a equipa do regulador encontrou dois lavatórios na triagem e sala de tratamentos com um sinal a dizer "água imprópria" para consumo.
A ERS fez perguntas e acabou por perceber que o problema da legionella tinha quase um ano (foi detetado pelos responsáveis destes serviços de saúde em novembro de 2015).
Havia uma ordem do delegado de saúde para selar as torneiras mas nada resolvia o problema e as torneiras continuavam a ser usadas para lavar as mãos.
O problema era mais grave no Serviço de Urgência Básico do Centro Hospitalar do Algarve mas também afetava o Centro de Saúde de Vila Real de Santo António, sendo que os dois funcionam no mesmo edifício.
Apesar das tentativas documentadas, nada tinha conseguido acabar com a legionella e o delegado de saúde dizia que a culpa era do "mau estado e má conceção da rede de águas que permitia a permanência de colónias de legionellas".
A ERS fala num grave perigo para a saúde dos profissionais e dos utentes destes serviços de saúde e a deliberação, com data de 7 de setembro deste ano, diz que os cuidados de saúde "estão a ser prestados em incumprimento dos padrões mínimos de qualidade e segurança", abaixo dos requisitos de "higiene".
Na deliberação a ERS destaca que "um estabelecimento prestador de cuidados de saúde não pode funcionar convenientemente se não tiver água necessária, antes de mais, para lavagem e higienização das mãos dos profissionais de saúde e dos utentes, mas também para limpeza e higienização do espaço e para as casas de banho".
Perante este caso, o regulador deu ordem para resolver rapidamente o problema. E se não for possível encontrar uma solução o edifício onde funciona o Centro de Saúde e o Serviço de Urgência Básico de Vila Real de Santo António deverá mesmo ser encerrado.
No início de setembro havia a promessa de fazer obras até ao final do mês, algo que a TSF ainda não conseguiu confirmar se foi de facto feito.
Em resposta a questões enviadas pela TSF, a ERS apenas adianta que está a avaliar se foi dado total cumprimento às ordens que deram aos responsáveis destes serviços de saúde.