Grupo Parlamentar do PS levou esperança ao Pisão durante a Jornadas de Proximidade no distrito de Portalegre, enquanto população e autarcas recordaram que a barragem é reclamada há 50 anos.
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Rosalina Pinho parou de pintar o muro da quinta para assistir à chegada da comitiva socialista ao Pisão, no concelho do Crato. Queria saber se o grupo parlamentar, liderado por Carlos César, teria alguma novidade sobre a barragem que o distrito de Portalegre reclama há quase meio século.
"Era das melhores coisas que podia acontecer, mesmo que o Pisão ficasse debaixo de água. É muito importante esta barragem, só quem não tem noção das coisas é que não vê que faz falta", dizia Rosalina à TSF, fazendo fé que a terra onde as crianças são uma miragem ainda pode ter futuro à boleia da tão desejada albufeira.
A moradora reconhece que a desertificação tem acelerado nas últimas décadas, fazendo do Pisão uma espécie de "aldeia fantasma" rodeada de pequenas quintas que vão garantindo o autossustento dos proprietários de idades avançadas. "Isto precisava de ter mais vida, porque é uma coisa morta que está aqui", insistiu.
Os autarcas juntam-se aos habitantes na reclamação da barragem que poderá mudar a face da agricultura e pecuária, aproveitando um novo ano de seca para voltar a erguer a urgência do lago artificial que iria alavancar a economia regional. Que o diga a presidente da Câmara da Nisa, Idalina Trindade, que logo na abertura das jornadas socialistas no distrito garantiu que "se a barragem falasse diria 'construam-me, caramba' ".
Carlos César assegurou que há evoluções em torno do projeto, havendo já trabalho feito, "com uma nova conceção do empreendimento para garantir a sua sustentabilidade, faltando agora que o Programa Nacional de Investimentos "consagre numa dimensão significativa investimentos no Interior do país, incluindo o distrito de Portalegre", disse o líder do grupo parlamentar socialista que levou na bagagem um dado preocupante: o Norte Alentejano perdeu 20% da população em 25 anos.