No espaço de pouco mais de um mês, a clínica Genimed no Porto recebeu à volta de 20 novas mulheres nestas condições.
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Nas clínicas privadas de procriação medicamente assistida (PMA) não há listas de espera, mas as mulheres sem parceiro ou com relações homossexuais e com um projeto de parentalidade já começaram a procurar estas clínicas.
Ana Paula Soares, diretora em Portugal da Genimed no Porto, a unidade de reprodução assistida que tem sede em Sevilha, conta que antes as mulheres eram encaminhadas para Espanha, mas com a alteração da lei procuram agora a clínica para avançarem cá com o projeto de parentalidade.
Desde que a lei foi regulamentada, o movimento na clínica aumentou. "Senti claramente mais gente a chegar. Mesmo para projetos monoparentais e homoparentais temos alguns casais de mulheres que rapidamente perceberam que já era possível concretizar estes projetos de parentalidade em Portugal", revela Ana Paula Soares.
Também no centro de genética e reprodução Prof. Alberto Barros se nota um aumento da procura. O diretor Alberto Barros, que presidiu à comissão que propôs as regras para a regulamentação da lei, considera que ainda é cedo para fazer um balanço, mas revela que no espaço de um mês a clínica recebeu cerca de 10 casos de mulheres sem parceiro ou casais homossexuais.
Com a alteração da lei é natural que sejam mais as mulheres a recorrer à procriação medicamente assistida, mas nos privados o problema das listas de espera não se coloca. Ana Paula Soares explica que os centros públicos de PMA já estão sobrelotados só com os tratamentos da infertilidade conjugal e vão ter ainda de lidar com o baixo número de dadores. "O banco público de gâmetas existente no Porto tem um número muito reduzido de dadores e não é previsível que haja um grande aumento de doações espontâneas", afirma a diretora da clínica Genimed que não sabe se o Serviço Nacional de Saúde tem capacidade financeira para comprar aos bancos de gâmetas privados como fazem as clínicas do setor privado.