Polícias na fronteira. Portugal e Espanha vão controlar entrada de armas uma vez por ano
A PSP assume que a fronteira "é um problema" e que há cada vez mais armas legais transformadas para fins criminosos.
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A PSP e a Guarda Civil espanhola assinaram um memorando, esta manhã, sobre armas e explosivos. O documento prevê que uma vez por ano as duas forças de segurança estejam nas fronteiras, para tentar travar a entrada de armas perigosas.
As polícias portuguesa e espanhola acreditam que é através da fronteira terrestre entre Portugal e Espanha que entra a maior parte do armamento perigoso, que chega aos respetivos países. Por isso, vão estar no terreno, uma vez por ano para controlar esses movimentos. O diretor do Departamento de Armas e Explosivos da PSP, o Superintendente Pedro Moura, defende que o apertar da fiscalização é essencial para combater o terrorismo e a criminalidade organizada.
No final da cerimónia, que decorreu na sede nacional da PSP, Pedro Moura disse aos jornalistas que está a crescer a quantidade de armas legais, transformadas para fins criminosos e que se trata de um problema de "dimensão europeia".
Estão em causa as chamadas "armas de alarme". Este responsável explica que se trata de armamento que "produz apenas som, sem que haja explosão de um projétil", ou seja, "libertam apenas pólvora seca". Estas armas são de utilização permitida, na agricultura, ou para treinar pombos e cães, por exemplo, mas são "facilmente convertíveis em armas de fogo".
Daí a necessidade de reforço da fiscalização, com operações conjuntas anuais envolvendo a PSP e a Guarda Civil. Em 2016 e 2017, as duas polícias já estiveram juntas em operações do género, em Elvas / Badajoz e Caminha / Tui. A partir de 2019, esta cooperação vai acontecer, obrigatoriamente, uma vez por ano.
Lei das armas ainda este ano
O protocolo entre a PSP e a Guarda Civil espanhola foi assinado na presença do ministro da Administração Interna. Eduardo Cabrita saudou a redução em 8,6% da criminalidade violenta e grave, revelada no Relatório Anual de Segurança Interna, divulgado há dias.
O governante salientou que a PSP "não pode descansar sobre estes resultados" e que há ainda muito por fazer. Nesse sentido, Cabrita salientou que a revisão da lei das armas, que está no parlamento, é "um contributo essencial" e afirmou esperar que o diploma seja aprovado "até ao fim desta sessão legislativa".