Organização Mundial da Saúde lança a Semana da Imunização para alertar para a importância da vacinação na prevenção de doenças infecciosas.
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A Organização Mundial de Saúde está a dar início à Semana Mundial da Imunização para alertar para a a importância da vacinação na prevenção das doenças infecciosas e na proteção da vida em todos os grupos etários, mas com particular relevância nas crianças.
Esta semana de sensibilização começa com o Dia Mundial da Meningite que se assinala na terça-feira, 24 de abril.
Alguns podem pensar que se trata apenas de mais um dia de efeméride no calendário mas o médico pediatra Luís Varandas, coordenador da Comissão de Vacinas da Sociedade de Infecciologia Pediátrica, destaca que estamos a falar de algo mais do que uma data.
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"Quando se fala de um assunto destes, as pessoas ficam sensibilizadas para a prevenção e é nisso que estamos a apostar, na prevenção das meningites", explica o médico.
A meningite é uma doença súbita e grave que pode causar a morte em apenas 24 horas, embora seja uma situação pouco frequente. Qualquer pessoa em qualquer idade pode ser afetada pelos vários tipos de meningite.
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Mesmo assim, Luís Varandas insiste que a melhor maneira de prevenir esta doença é através da vacina e sublinha que, quando facilitamos na prevenção, surgem casos de doenças que estão erradicadas em Portugal como é o caso recente do surto de sarampo.
"As pessoas obviamente já não veem sarampo, já não veem tantas meningites, já não veem tantos problemas, obviamente a tendência é para facilitar um pouco. Por isso é sempre bom a campanha e lembrança de que as doenças existem, são graves e podemos preveni-las", adianta Luís Varandas.
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O médico lembra que, em Portugal, os movimentos anti-vacina "ainda não têm a mesma magnitude que no resto da Europa" mas a tendência natural "é caminhar para lá".
"Pelo facto de as doenças não existirem, as pessoas começam também a descurar um bocadinho a sua prevenção. Portanto, é sempre bom que se mantenha o foco, que se mantenha o alerta, que se mantenham as campanhas, que se mantenham as chamadas de atenção para estas doenças. Por que estas doenças existem, são graves e se baixarmos a guarda elas reaparecem. E o caso do sarampo é um exemplo típico", defende Luís Varandas.
E este caso do sarampo está a levantar algumas questões junto das autoridades de saúde, porque tem várias particularidades como é o facto de atingir adultos jovens e muitos profissionais de saúde com elevada taxa de vacinação.
"Não era expectável que uma população tão vacinada tivesse tantos casos de sarampo", explica o médico, lembrando no entanto, que muitas das pessoas estão vacinadas há bastante tempo, "o que, hipoteticamente, poderá significar que há um decréscimo da efetividade da vacina com o passar do tempo".
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Seja como for, o médico Luís Varandas deixa claro que mesmo este surto de sarampo não nos deve fazer duvidar ou desarmar quando se trata da prevenção das doenças através da vacinação.
Atualmente cerca de 30 doenças podem ser prevenidas ou a incidência diminuída com as vacinas.