Em causa está o bloqueio da aplicação portuguesa na Play Store, a loja de aplicações nativa do sistema Android.
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É uma vitória nos tribunais frente a nada mais, nada menos, que a Google. A startup portuguesa Aptoide levou a gigante norte-americana aos tribunais europeus e ganhou o processo.
Em causa está uma acusação de concorrência desleal feita contra a Google e contra a Play Store, a sua loja de aplicações no sistema operativo Android.
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História começou há 4 anos
A Aptoide nunca conseguiu ver a sua app - que é uma loja de aplicações alternativa à da Google - incluída na Play Store. Assim, sem fazer parte dessa lista de apps homologadas pela criadora do Android, a empresa nascida em Portugal avançou, em 2014, para o tribunal contra a gigante americana.
A queixa estava relacionada com o apertar das regras impostas pela criadora do sistema operativo. Na altura, a gigante norte-americana argumentava que decidiu retirar a Aptoide da lista de aplicações autorizadas por ser potencialmente perigosa, por ter um nível de segurança mais reduzido, deixando assim os telemóveis dos seus utilizadores à mercê de programas maliciosos.
Um argumento que a Aptoide nega dizendo que implementou um sistema de contínua monitorização de aplicações potencialmente indesejáveis, garantindo também - num relatório de 2017 - que a loja apresenta excelentes resultados de segurança.
Independentemente das questões de segurança, o Tribunal Judicial da Comarca de Évora não se deixou convencer pelos receios da Google e considerou que ao bloquear a Aptoide a empresa tecnológica estava a praticar concorrência desleal no mercado das aplicações para Android.
Face à sentença favorável, a Aptoide diz estar agora a preparar uma ação para exigir da Google uma indemnização por todos os danos causados. Só nos últimos dois meses, diz a startup portuguesa, essas contas andarão à volta dos 1,9 milhões de euros.
De sublinhar que apesar de não estar incluída na loja oficial de apps da Google, a loja da Aptoide continua disponível e segundo a empresa, 2018 tem sido "um ano de crescimento exponencial" com o número de utilizadores a atingir os 250 milhões.