
Nuno Guedes/TSF
A seca e um inverno ameno com pouca chuva estão a antecipar o surgimento de muitas flores, numa altura em que faltam quase dois meses para a primavera.
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A seca que teima em não desaparecer e a temperatura amena de muitos dias deste inverno em que pouco tem chovido estão a acelerar o aparecimento das flores.
Em muitas zonas do país a Quercus, Associação Nacional de Conservação da Natureza, diz que já parece primavera apesar de ainda nem estarmos a meio do inverno.
Alexandra Azevedo, voluntária da Quercus e autora de livros sobre ervas e frutos silvestres comestíveis, incluindo flores, admite que nos últimos anos nota que as flores chegam cada vez mais cedo, mas em 2018 os sinais são ainda mais evidentes.
O inverno, no calendário, só acaba a 20 de março, mas nas bermas de muitas estradas, jardins públicos ou florestas as flores silvestres, que crescem sozinhas sem a 'mão' do homem, já chegaram em força.
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Por outro lado, sublinha Alexandra Azevedo, também há muitos frutos silvestres que andam com o calendário atrasado e aparecem e duram nas árvores mais tempo, mesmo meses, do que seria normal.
O presidente da Quercus, João Branco, acrescenta que nas voltas que dá pelo país já nota, de facto, esta espécie de primavera antecipada nas flores. Foi isso que os levou a colocar, no último sábado, uma nota no Facebook a dizer, a 27 de janeiro, que "A Primavera está a chegar".
https://www.facebook.com/QuercusANCN/photos/a.112932415393796.12236.106034402750264/1716361468384208/
Alexandra Azevedo acrescenta que esta floração antecipada é uma espécie de defesa das plantas que na sua 'inteligência' sentem-se baralhadas com a pouca chuva e tanto sol em pleno inverno: "A falta de água e a temperatura alta aceleram o processo pois com o 'receio' de não conseguirem produzir sementes viáveis aceleram a floração... É uma forma de sobrevivência", conclui.