"Coletes amarelos" portugueses obrigam PSP a suspender folgas. 20 mil agentes de serviço
Movimento que nasceu nas redes sociais quer sair às ruas na próxima sexta-feira. CGTP e UGT demarcam-se dos protestos.
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A PSP vai estar de prevenção em 21 de dezembro, dia de manifestações em Portugal do movimento "coletes amarelos", antecipando "manifestações de grande dimensão em todo o país", tendo por isso suspendido as folgas marcadas pelos efetivos.
"Vamos ter manifestações de grande dimensão em todo o país e mandam as regras do bom senso ter pessoal operacional", disse à Lusa o porta-voz da Direção Nacional da PSP, intendente Alexandre Coimbra, adiantando que a preocupação neste momento se prende com a dimensão do evento e não com qualquer informação de possível confrontos, mas que é importante a prevenção.
Alexandre Coimbra referiu ainda que as folgas e créditos horários suspensos serão repostos.
À TSF, o dirigente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, estima em cerca de 20 mil o número de polícias que estarão mobilizados.
"Olhando para o despacho feito pela direção nacional da polícia, leva-me a crer que mais de 90% dos polícias estarão ao serviço. Só estão excecionados casos especiais ou que estejam de férias. Todos os outros cerca de 20 mil polícias vão estar de serviço. O despacho é claro nesse sentido: não há direito a folgas nem a créditos horários", explicou.
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A manifestação da próxima sexta-feira tem sido convocada através de redes sociais como o Facebook ou o Whatsapp e as movimentações mais recentes levaram a PSP a tomar a decisão de se precaver. Para Paulo Rodrigues este é um sinal de que "há uma grande preocupação".
"Estamos a falar de protestos que podem - eventualmente, esperamos que não - ser semelhantes aos de França. São protestos bastante complicados em termos de gestão e controlo de ordem pública. Nunca existiram em Portugal, pelo menos nesse modelo, e por isso há uma grande preocupação. Apela-se a todos os polícias que estejam ao mais alto nível naquele dia", disse Paulo Rodrigues.
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Não obstante da pertinência desta preocupação, Paulo Rodrigues lembra que os polícias não vão deixar de reivindicar os seus direitos. Além da reposição de folgas e créditos horários suspensos que já foi garantida pela direção nacional da PSP, a ASPP prentede que seja também atribuído o suplemento de piquete aos polícias que estarão de serviço na próxima sexta-feira.
"A compensação posterior referida pela direção nacional é a atribuição de um dia de folga. O que nós queremos não é uma compensação que, de boa vontade e por favor, a polícia quer atribuir. O que queremos é o que está previsto na lei, a compensação deve ser de acordo com a lei e o que está previsto é a atribuição do suplemento de piquete durante o tempo que os polícias estiverem de serviço", explica Paulo Rodrigues.
Até ao dia da manifestação, a PSP vai promover vários encontros com os organizadores, para garantir que tudo decorrerá dentro da normalidade.
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