Rede de dados do Hospital de Gaia "carece de fiabilidade". Tribunal de Contas chumbou contrato de atualização do sistema.
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O Tribunal de Contas recusou o visto a um contrato de aquisição de serviços informáticos de cerca de 400 mil euros. O contrato foi chumbado, o Hospital recorreu, o Tribunal de Contas voltou a chumbar.
No recurso apresentado, o Hospital de Gaia alegava que o chumbo "põe em perigo a possibilidade" da instituição de saúde "continuar a prestar os serviços que decorrem das atribuições que lhe estão constitucional e legalmente atribuídas". Sublinhava ainda que a decisão "atenta contra o princípio da continuidade dos serviços públicos".
Contactado pela TSF, o Hospital de Gaia esclarece que a rede de dados atual, que tem mais de dez anos, "carece de fiabilidade", dando conta de que há "vários episódios de bloqueio total da rede".
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O Hospital sublinha que "todo o desenvolvimento da arquitetura aplicativa" do Centro Hospitalar Gaia/Espinho "fica fortemente prejudicado pela falta de robustez e desempenho" da rede de dados.
Na resposta à TSF, o "Bed Side Tracker" é dado como exemplo de um sistema que é posto em causa. Trata-se de um aplicativo que "permite que os registos clínicos eletrónicos dos cuidados prestados pelos enfermeiros sejam realizados ao lado do paciente e da sua cama".
O Hospital de Gaia conclui que os sistemas de informação são uma "ferramenta indispensável para a qualidade dos serviços clínicos e administrativos na saúde".
O Tribunal de Contas chumbou o negócio, alegando que o Centro Hospitalar não dispõe "de fundos para suportar os encargos resultantes do contrato".
No entanto, na resposta à TSF, o Hospital frisa que a atualização da rede era cofinanciada "a 85%", ou seja, apenas 15% dos 400 mil euros não recebiam apoios.