Multimorbilidade, a presença de duas ou mais doenças crónicas, é muito mais comum nas mulheres do que nos homens.
Corpo do artigo
Quase 40% dos portugueses com idades entre os 25 e 74 anos têm duas ou mais doenças crónicas, uma situação mais comum entre as mulheres e entre quem tem menos escolaridade.
Um estudo publicado na revista científica da Ordem dos Médicos, assinado por vários investigadores do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, sublinha que "a presença de múltiplas doenças crónicas, em simultâneo, na mesma pessoa é um problema de saúde reconhecido".
Os chamados "doentes com multimorbilidade têm necessidades de saúde acrescidas, o que representa um ónus elevado para os cuidados de saúde".
O estudo detetou uma prevalência de 38,3% de portugueses com idades entre os 25 e 74 anos que têm duas ou mais doenças crónicas, uma "magnitude assinalável" segundo os autores, sendo que 28% têm mesmo três ou mais doenças deste tipo.
TSF\audio\2019\03\noticias\06\05_marco_2019_nuno_guedes_doencas
Guilherme Quinaz Romana, um dos investigadores do estudo, explica que estes números são relevantes para perceber como se devem organizar os serviços de saúde pois estes são, por norma, doentes com maior complexidade e que devem procurar mais o Serviço Nacional de Saúde.
No sexo feminino a prevalência da multimorbilidade sobe para os 43,4%, descendo para os 32,7% nos homens.
Para ambos os sexos, a patologia mais comum é a hipertensão (25,1% nos homens e 26,1% nas mulheres), seguida da hipercolesterolemia (23,7% e 25,7%). Em terceiro lugar surge a artrose (20,6%) nas mulheres e as alergias (11,4%) nos homens.
A tendência, segundo os especialistas, é que o número de portugueses com várias doenças crónicas aumente mais nos próximos anos com o envelhecimento, previsível, da população.