Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia recorda o cardiologista como um "visionário".
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A morte de Ricardo Seabra Gomes, médico cardiologista, representa o desaparecimento de um nome ímpar na cardiologia em Portugal. Quem o diz é o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, João Morais, que em declarações à TSF relembrou o legado do médico que há 41 anos fez a primeira angioplastia coronária em Portugal.
"É uma referência na Cardiologia portuguesa e é-o, fundamentalmente, por um motivo: é talvez o pai da Cardiologia moderna. Tudo o que foi modernidade nos últimos 30 anos na Cardiologia portuguesa passou por Ricardo Seabra Gomes. Era um visionário, tinha uma perspetiva muito ampla da Medicina e que ao fim de alguns anos em Londres, onde fez um treino muito longo e atingiu uma posição sénior, decidiu vir para Portugal onde montou um hospital e um serviço de referência no Hospital de Santa Cruz. Teve sempre essa perspetiva de ir sempre mais além, tudo o que acontecia no mundo da Cardiologia, o Dr. Ricardo Seabra Gomes - quando achava que era bom - queria trazer para Portugal. Era o primeiro, foi sempre o primeiro", recordou.
Ricardo Seabra Gomes foi também presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e coordenador nacional para as Doenças Cardiovasculares. Dirigiu a Cardiologia do Hospital Santa Cruz durante mais de 20 anos e publicou mais de 500 artigos científicos.