Se tudo correr bem, S. João vai ter ala pediátrica em 2021. Mas administrador está cauteloso
Depois de um processo que se arrasta há anos e que mantém as crianças internadas em contentores, António Oliveira e Silva mostra-se satisfeito - embora com reservas - com a solução encontrada.
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Se a fórmula encontrada pelo Parlamento de fazer a obra através de ajuste direto funcionar, o administrador acredita que a nova ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto, pode estar a funcionar em 2021. "Se legalmente o ajuste direto for possível", o procedimento para fazer a nova ala pediátrica é "relativamente rápido".
"De entre as várias soluções possíveis, esta é a melhor possível. Tenho que acreditar que desta vez é rápido, mas nós temos um histórico de criação de expectativas que não tem corrido muito bem até agora", sublinha António Oliveira e Silva, o presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João.
António Oliveira e Silva usa "alguma cautela" quando fala do assunto, mas diz que "a partir do momento em que seja aprovado o ajuste direto e a construção da obra, havendo dinheiro - e há - creio que [a obra] demorará dois anos, dois anos e meio, não mais do que isso".
O administrador conta com a revisão do projeto concluída em abril do próximo ano. Trata-se de um redimensionamento de uma obra que chegou a arrancar, mas ficou parada. "No total, houve diminuição de camas e o custo total do projeto diminuiu aí dois ou três milhões de euros", adianta, explicando que o projeto é antigo e "a assistência pediátrica do Porto agora é diferente".
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Integração da pediatria do S. João "podia ter sido pensada há uma década"
O processo é complexo e sofreu várias reviravoltas ao longo dos anos. António Oliveira e Silva admite que há uma década que se poderia ter pensado noutra solução, centralizando os cuidados pediátricos. "Há dez ou 12 anos, do ponto de vista teórico, podia ter sido pensado centrar a assistência pediátrica em dois sítios só, por exemplo, no IPO e no Centro Materno Infantil do Norte, e excluir o São João. Eu acho sempre muito difícil, mas poderia ter sido pensado de outra maneira. Agora, não é possível fazer estas coisas de um dia para o outro."
Neste momento, trata-se de uma necessidade urgente para resolver uma situação "indigna", como reconhece administrador. Desde 2011 que as crianças estão internadas em contentores.