Grupos violentos e organizados atraídos por segurança privada.
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A atividade de segurança privada, principalmente a que é desenvolvida no contexto de diversão noturna, tem consolidado o seu "perfil atrativo" para a infiltração dos grupos violentos e organizados. Esta é uma das conclusões do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI).
"Os grupos violentos e organizados continuaram a promover os seus ilícitos criminais procurando, sempre instrumentalizar setores de atividade que lhes permite obter proventos económicos elevados. A atividade de segurança privada, sobretudo aquela que é desenvolvida no contexto de diversão noturna, tem consolidado, ao longo dos últimos anos, o seu perfil atrativo para a sua infiltração deste tipo de grupos", destaca o documento.
No capítulo dedicado às "ameaças globais à segurança", o RASI dá também conta da presença em território português de estruturas de diferentes origens e dimensões no âmbito da criminalidade organizada e transnacional em mercados como o tráfico de droga, tráfico de seres humanos, dupla vertente da exploração laboral e sexual, auxílio à imigração ilegal, tráfico de armas de fogo, contrabando e contrafação.
Segundo o relatório, as Zonas Urbanas Sensíveis (ZUS) concentram "grandes fatores de risco potenciadores" de dinâmicas criminais, como tráfico de droga, comércio ilícito de armas de roubo, associadas à criminalidade grupal e potenciadoras de comportamentos violentos que "se refletem pontualmente em ações de resistência e de confronto contra a autoridade do Estado".
Em 2016, mantiveram-se as tentativas de mobilização de residentes das ZUS por parte destes grupos, mas não se verificou "níveis significativos de adesão".