Será que a Inteligência Artificial da Google bateu o Teste de Turing?
Inteligência Artificial da Google replica voz humana. A demonstração foi feita na terça-feira, durante a conferência Google I/O e pode dizer-se que foi a estrela da festa.
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Terça-feira, uma das coisas mais fascinantes a sair da conferência Google I/O foi... uma conversa telefónica.
O patrão da Google passou um áudio a explicar a gravação que se iria ouvir. Era a tecnologia Google Duplex a funcionar. E se não o tivesse feito talvez muitos dos presentes nunca iriam imaginar que o que estavam a ouvir era a voz de um robô a falar de forma autónoma com um ser humano... e a marcar um corte de cabelo.
Diz o Engadget, e com razão, que o teste de Turing pode muito bem ter sido batido.
O som começa com o telefone a tocar. Do outro lado, uma funcionária do salão de beleza atende sem saber que ia falar com uma máquina.
Quem responde é um robô. A voz engana, as hesitações e os trejeitos de linguagem fazem com que tudo soe natural.
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A máquina quer marcar um corte de cabelo para o dia três. A funcionária do salão de beleza diz que vai ver se dá. Enquanto espera, o robô dá-lhe a resposta mais humana do mundo: "hum-hum".
A cabeleireira finalmente encontra uma hora a que dá.
"Pode ser às 10h00", pergunta.
"Perfeito", responde-lhe o computador com voz feminina. Depois dá-lhe os dados que faltam e o corte de cabelo fica marcado.
E também funciona com vozes masculinas.
Neste exemplo fornecido pela Google, um robô homem, por assim dizer, quer marcar uma mesa num restaurante.
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Esta tecnologia duplex, que a Google apresentou ontem, significa na prática que a sua inteligência artificial (em situações específicas) já consegue interpretar e falar com seres humanos sem que nós nos consigamos aperceber que do outro lado está uma máquina.
E é isto que leva muita gente a interrogar-se se os computadores não acabaram de passar o Teste de Turing. Nos anos cinquenta, o matemático inglês propôs que, para se avaliar a capacidade de uma máquina em exibir comportamentos inteligentes, bastaria uma conversa e que nela o humano fosse incapaz de perceber que estava a falar com uma máquina.
Para já, a tecnologia Google Duplex só fala inglês e ainda não saiu dos laboratórios. Mas basta ouvir estes e outros exemplos áudio para perceber que não tarda nada está aí.