Será que a Web Summit vai ser capaz de inspirar os empreendedores portugueses?

Álvaro Isidoro / Global Imagens
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e o CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave, apresentaram hoje a campanha Inspire 2017, que vai permitir a dez mil jovens participarem a preços reduzidos.
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Chama-se Inspire Portugal 2017 e é uma parceria criada entre o Governo português e a Web Summit para que os mais jovens possam participar durante meio-dia, e a preços reduzidos, naquela que é considerada a maior conferência de tecnologia à escala planetária.
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Dez mil bilhetes à distância de um clique e uma participação numa conferência que, espera o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, possa servir para inspirar jovens empreendedores e dar mais um empurrão ao atual cenário do empreendedorismo português.
"Vão poder ter acesso [à Web Summit] a um preço simbólico, a 7,5 euros, dez mil jovens que vão ser inspirados por esta experiência. A Web Summit, trazendo a Portugal mais de 60 mil pessoas de todo o mundo, entre eles grandes investidores, é uma oportunidade que Portugal tem sabido aproveitar", disse o ministro, esta tarde, em Lisboa, na apresentação da campanha, sublinhando que, no total, participam no evento 270 'startups' portuguesas.
Quanto ao CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave, também partilha da opinião de que os jovens podem inspirar-se durante a conferência, mas lembra que Portugal já está no topo da Europa quando o tema são as incubadoras de empresas e o empreendedorismo.
"Se olharem para ultimas estatísticas do Eurostat, descobrem que o país numero um em matéria de 'startups', o país que, em proporção, tem maior número de novas empresas criadas, esse país é Portugal, o que é impressionante. Portanto, não tenho bem a certeza de quanta inspiração a nova geração de empreendedores portugueses precisa, porque já estão muito inspirados e já estão a construir grandes empresas", sublinha.
Segundo o líder desta conferência, com a campanha agora apresentada, e que permite que os jovens dos 16 aos 23 anos possam aceder ao evento a preços mais reduzidos, quer a Web Summit quer o Governo português estão a contribuir para que os que "não têm os recursos financeiros para participar em algo como a Web Summit, porque ainda estão na universidade ou no secundário", possam participar e "provar" um pouco da experiência.
"Podem vir, ouvir alguns empreendedores e outras pessoas que estão a fazer coisas incríveis em todo o mundo, e talvez isso os faça acreditar ainda mais que podem criar empresas que, de outra forma, não iriam criar", afirma Paddy Cosgrave, o responsável máximo da cimeira tecnológica que nasceu, em 2010, na Irlanda, e que vai manter-se em Lisboa, pelo menos, até 2020.
1500 investidores e outros nomes 'de peso'
No total, adianta, durante três dias, vão estar em Lisboa perto de 1500 grandes investidores, dispostos a apostar em projetos inovadores ligados à tecnologia, mas também personalidades de outras áreas, como é o caso da política.
"A tecnologia é o centro de tudo, está a mudar o desporto, o cinema, a música e, portanto, esta ainda é uma conferência de tecnologia, mas que toca em vários campos. E, como podem ver este ano, há um grande aumento do numero de agentes políticos que participam, incluindo o secretário-geral das Nações Unidas, o que é muito empolgante", diz Paddy Cosgrave.
Além de António Guterres, na Web Summit deste ano, em Lisboa, marcam presença nomes como o antigo presidente da república francês, François Hollande, a Comissária Europeia Margrethe Vestager, ou Al Gore, ex -candidato à presidência dos Estados Unidos.
Haverá falhas de rede e de internet? Paddy Cosgrave acredita que não
No ano passado, o dia inaugural da Web Summit foi marcado por uma inesperada falha na rede 'wi-fi'. Perante cerca de 15 mil pessoas, Cosgrave tentava exemplificar um tutorial sobre o 'live streaming' na rede social Facebook, mas o telemóvel a partir do qual fazia a experiência não respondeu. "Vamos tentar mais tarde", disse, na altura, o CEO da Web Summit.
Este ano, espera que a tecnologia, a rede e as ligações correspondam à dimensão do evento: "Bem , no ano passado [a rede wi-fi] funcionou durante 99,,8 por cento do tempo, portanto, se pudermos melhorar e aumentar para 99,9 por cento, isso seria uma grande vitória", diz.