Os profissionais vão passar a ter as mesmas regras em vigência para a Administração Pública. Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares exige contratação de mais profissionais.
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O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, admite que podem surgir muitos problemas com a entrada em vigor dos horários de 35 horas semanais, dentro de um mês, que irá abranger 12 mil enfermeiros e 8 mil técnicos e assistentes operacionais.
Em declarações à TSF, Alexandre Lourenço afirma que vários hospitais terão de encerrar serviços ou reduzir o número de camas disponíveis, se não forem, urgentemente, contratados enfermeiros.
O presidente da APAH lembra que o mês de julho já será de férias para muitos profissionais e que, com os novos horários, as escalas e os próprios serviços estão em risco.
"A partir do segundo semestre [deste ano], vamos ter a passagem das 40 horas para as 35 horas [de trabalho semanais] (...) e vamos ter alguma situações que teremos de recorrer a horas extraordinárias, se os profissionais estiverem disponíveis, ou, necessariamente, a ter de fazer algumas alterações em termos de prestação de cuidados de saúde", reconheceu.
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Para Alexandre Lourenço, a solução tem de passar pela contratação de mais enfermeiros.
"A resistência ainda continua a existir, por parte do Ministério das Finanças, que não consegue compreender a complexidade da prestação de cuidados de saúde e, particularmente, da gestão hospitalar", criticou o presidente da APAH. "É importante reconhecer esta necessidade de repor os níveis de recursos humanos, para que continuemos a prestar cuidados com qualidade".
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O Jornal de Notícias adianta que, nesta altura, milhares de enfermeiros de hospitais e centros de saúde estão a ser contactados por correio eletrónico para declarar a sua disponibilidade para trabalhar horas extraordinárias, a partir de junho.
*com Gabriela Batista e Miguel Videira