No aniversário da TSF, percorremos os jornais deste dia, há 30 anos. Do sangue contaminado em Portugal, à SIDA que alastra por esse mundo fora. A Saúde enchia as páginas da imprensa portuguesa.
Corpo do artigo
"MAIS NEGROS DO QUE BRANCOS. AO TODO MAIS DE CEM MIL CASOS ATÉ AO FINAL DO ANO". A imprensa citava o anuário da revista The Economist e a SIDA já se revelava como a doença do século.
TSF\audio\2018\02\noticias\28\30_anos_teresa_dias_mendes_saude
Portugal registava pouco mais de uma centena de casos e cerca de um milhar de portadores. O primeiro caso nacional surgira dois anos antes, em 1986. HIV, a sigla em inglês para o vírus da imunodeficiência humana, fez soar campainhas.
Até fevereiro de 1988, a União Soviética expulsou 247 cidadãos estrangeiros portadores do vírus. O soviete supremo decretara a obrigação de realizar análises a todos os que permanecessem no durante país mais de três meses.
Na edição de 27 de fevereiro de 1988, o semanário Expresso revelava ameaças de demissão da equipa que dirige o hospital de Faro, e corria a primeira tinta sobre o caso do sangue contaminado, com a ministra da Saúde, Leonor Beleza, a admitir que o recém-demitido presidente do Instituto Nacional do Sangue já a tinha alertado para a duvidosa qualidade do sangue fornecido pelos serviços.
Leonor Beleza estava na roleta da contestação dos médicos, que ameaçavam partir para greves gerais, com apoio da Ordem. Também o secretário de Estado Adjunto da ministra, Joaquim Faria e Almeida, saltava para as primeiras páginas da imprensa por acumular o cargo de governante com o exercício da medicina privada.
A lei definia a incompatibilidade, mas o governante, confrontado pelos jornalistas, declarou que apenas o fazia nos tempos livres e para não perder o treino como cirurgião - esclarecendo até que apenas atendia familiares de membros do Governo, a título gratuito.
"CURA MÁGICA DA NATUREZA" - era outro titulo desta semana, há 30 anos, para promover a terapia do sono. Um estudo em Londres comprovava os benefícios de uma hora extra de sono a a seguir ao almoço ou ao final da tarde.
Ouviam-se especialistas portugueses que garantiam que a cura do sono combatia constipações, prevenia doenças cardíacas, evitava indigestões e até permitia impressionar o patrão com energia renovada.
E "OS AUSCULTADORES... provocam surdez". O Instituto de Investigação do Som e das Vibrações fazia testes aos auscultadores stereo e concluía que a música de Tchaikovsky podia ser mais perigosa do que a musica Pop e deixava o teste ao ouvido de cada um: "se fica a ouvir campainhas depois de escutar a música, então o melhor mesmo é baixar o volume, porque corre o risco de ficar surdo".