Mulheres, viúvos e desempregados são as principais vítimas de sintomas de depressão ou ansiedade e correm maior risco de doença mental.
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Um estudo do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) conclui que 22,5% dos portugueses sofrem do chamado "distress psicológico", um estado de sofrimento emocional com sintomas de depressão e ansiedade, por vezes associado a dores físicas.
O conceito existe há cerca de duas décadas na literatura científica e como explica à TSF Ana Santos, uma das autoras do trabalho, tenta identificar os estados que não podem ser caracterizados como doença mental mas que andam perto disso, acabando por ser uma espécie de indicador de risco.
Com o dobro da percentagem dos homens, as mulheres em Portugal têm muito mais casos deste sofrimento emocional (afecta 30,5%), tal como as pessoas mais velhas, os viúvos (46,2%) e os desempregados (28,6%).
Do outro lado, quem tem mais escolaridade tende a ter menos distress psicológico.
Os resultados sugerem assim que certos grupos populacionais estão provavelmente em maior risco de desenvolver problemas de saúde mental, entre eles as mulheres, os viúvos, os desempregados e quem tem entre 45 e 74 anos.
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Os números de distress psicológico em Portugal são semelhantes aos do resto da Europa e o bastonário da Ordem dos Psicólogos defende, em declarações à TSF, que devem servir para alertar os políticos para a necessidade de atuar, nomeadamente na prevenção, caso contrário continuaremos a ter níveis elevadíssimos de uso de psicofármacos.
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O bastonário dos psicólogos alerta ainda para o que se passa nos locais de trabalho em Portugal - fonte muito comum, de acordo com Francisco Miranda Rodrigues, dos sintomas de depressão e ansiedade que caracterizam o distress psicológico.