O aumento do preço dos maços de tabaco é uma das medidas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde para combater o tabagismo.
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A Direção Geral da Saúde tem insistido nessa via que, em boa verdade, depende do Ministério das Finanças.
Em declarações à TSF, Emília Nunes, responsável pelo Programa Nacional de Prevenção do Tabagismo reconhece que a decisão da Tabaqueira enfraquece os esforços da Direção Geral da Saúde, "é uma decisão contrária aos nossos objetivos de saúde pública. O tabaco mais barato é sempre um desincentivo a quem pondera deixar de fumar".
José Precioso, professor e investigador da Universidade do Minho, diz que é como a história "da bala e da couraça: se as empresas reduzem o preço, o Estado pode sempre voltar a aumentar os impostos".
Autor de estudos na área do tabagismo, José Precioso diz haver provas de que o aumento dos preços do tabaco é especialmente eficaz na prevenção. "Enquanto os adultos com dependência tendem a acomodar os aumentos, gradualmente, as crianças e os jovens pensam sempre no valor antes de comprarem o primeiro maço", explica.
Embora eficaz, o preço é só uma das vias, recorda, "há a questão da acessibilidade ao tabaco; e há máquinas por todo o lado. O tabaco deveria ser vendido em loja, o que também ia limitar o acesso dos mais novos. Por outro lado, é tempo de acabarmos de vez com esse cenário miserável que é ter adultos, sobretudo pais e professores, a fumarem à porta das escolas e dos jardins de infância".
José Precioso defende que o mais importante é "desbanalizar" o ato de fumar.