O relatório do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo é apresentado esta sexta-feira.
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O documento, a que a agência Lusa teve acesso, baseia-se em estimativas elaboradas pelo Institute of Health Metrics and Evaluation e revela que em 2016 morreram em Portugal mais de 11.800 pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco.
Dos 11.843 óbitos causados pelo tabaco ocorridos em 2016 (10,6% do total de mortes no país), 9.263 eram homens (16,4% do total dos que morreram) e 2.581 eram mulheres (4,7%).
Os autores do documento adiantam que "o tabaco foi responsável por cerca de uma em cada quatro mortes no grupo etário dos 50 aos 59".
Nos homens, a maior percentagem de óbitos atribuíveis ao tabaco registou-se no grupo etário dos 50 aos 59 anos (cerca de 30% dos óbitos), enquanto nas mulheres o grupo etário com maior mortalidade foi o dos 45 aos 49 anos (14,5% do total de óbitos).
No mesmo ano, o tabaco foi responsável por 46,4% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crónica, 19,5% das mortes por cancro, 12% das mortes por infeções respiratórias do trato inferior, por 5,7% das mortes por doenças cerebrocardiovasculares e 2,4% das mortes por diabetes, lê-se no documento.
O relatório aponta para uma ligeira redução na prevalência de consumidores diários ou quase diários de tabaco entre 2012 e 2016/17 (de 95,2% para 94,0%).
Um estudo do Eurobarómetro, citado no documento, refere que, em 2017, cerca de um terço das pessoas fumadoras disseram ter tentado parar de fumar em algum momento (35,7%), 6,3% nos últimos 12 meses e 30,1% há mais de um ano.
Em relação ao tabagismo nos jovens, os dados do IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas (2016/2017), referido no relatório, apontam para a idade média de início de consumo reportada pela população entre os 15 e os 24 anos passou dos 15 para os 16 anos.
Sobre os apoios no âmbito da cessação tabágica, os autores destacam o aumento registado em 2016 na dispensa de embalagens de medicamentos nas farmácias: mais 56.330 embalagens dispensadas.
A comparticipação destes medicamentos para ajudar a deixar o tabaco, que entrou em vigor em 2016, impulsionou a sua utilização.
No ano passado também se assistiu a "um aumento da acessibilidade às consultas de cessação tabágica", tendo-se registado cerca de 31.800 consultas de apoio intensivo à cessação tabágica a nível dos ACES e unidades hospitalares do SNS (um aumento de 3,5% face a 2015).