A proliferação das tartarugas exóticas nos lagos e rios está a tornar-se uma praga prejudicial ao meio ambiente. Os animais são comprados nas lojas mas, quando crescem há quem já não os queira ter em casa e os deita na natureza, acabando por alterar a biodiversidade portuguesa.
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A bióloga Ana Marta Costa mostra as mais de 150 tartarugas que estão no parque aquático Krazyworld. "Estas são as que já foram proibidas, que são as das orelhas vermelhas, e aquela pequenina ali é a Corcunda do Mississipi", descreve.
São tartarugas que habitualmente são vendidas em lojas de animais. Têm três ou quatro centímetros quando jovens, mas a determinada altura começam a crescer e quem as compra já não as quer ter em casa. A opção partilhada por muitas pessoas é deitá-las em lagos ou rios.
A bióloga considera que este se está a tornar "um problema ambiental a nível nacional e europeu. Interessa perceber que estas tartarugas vivem 40 anos e podem crescer para 40 centímetros de carapaça". Logo, há que pensar quando se adquire um animal destes que ele vai crescer e muito.
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Estas são tartarugas que não fazem parte do habitat animal português e se largadas no meio ambiente podem alterar a biodiversidade. "Elas competem com as nossas nativas, são muito mais vorazes, põem muito mais ovos e competem com as nossas tartarugas por terrenos, espaço e comida".
E isso está a acontecer, em lagos ou rios portugueses já se veem tartarugas exóticas que nada têm a ver com as de origem portuguesa. "Estão a encontrar as condições ideais para se reproduzirem", conta.
No local onde estão as tartarugas neste parque aquático há apenas água e pedras. Isto porque se existir terra os animais reproduzem-se. "Estas tartarugas põem à volta de 30 ovos, enquanto as nossas só põem 10", frisa Ana Costa.
O parque aquático, que até há pouco tempo recebia tartarugas de pessoas que já não as queriam ter em casa e muitas vezes também a pedido do Instituto de Conservação da Natureza, atingiu o seu limite.
A bióloga Ana Marta Costa explica que já não é possível acolher mais animais. "Já temos cerca de 150, já não conseguimos responder à necessidade das pessoas e houve gente que veio de Lisboa e do Porto".
A bióloga faz um apelo: Se tem uma tartaruga em casa que seja de uma espécie exótica não deve em momento algum colocá-la no meio ambiente. "Há coisas que não podemos fazer, que é colocar em causa a biodiversidade local", adverte.