O Laboratório Ibérico de Nanotecnologia promove a partir desta sexta-feira um debate sobre como a tecnologia é importante no combate ao cancro.
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O INL- Laboratório Ibérico de Nanotecnologia promove, esta sexta-feira, um debate sobre como a tecnologia é importante no combate ao cancro, dando a conhecer de que forma as novas tecnologias médicas estão a mudar o diagnóstico e o tratamento de uma das doenças mais temidas e prevalentes em todo o mundo.
No evento, que decorre nas vésperas do Dia Mundial de Luta contra o Cancro, que se assinala a 4 de fevereiro, os participantes vão poder conhecer as mais recentes inovações tornadas possíveis pela nanomedicina, biomateriais, sistemas inteligentes e saúde digital, que vão de um diagnóstico precoce mais preciso a uma administração de medicamentos ou radioterapia mais seguras, passando por tratamentos à medida de cada doente ou ainda pela monitorização remota dos parâmetros dos pacientes.
Na Manhã da TSF, a investigadora do INL Lorena Diéguez falou sobre o "Rubynanomed", o dispositivo que possibilita o isolamento e a análise automática das células tumorais circulantes, que têm a capacidade de se soltarem do tumor inicial, entrar na circulação sanguínea (por exemplo) e, posteriormente, fixarem-se noutro local, gerando metástases.
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A doença metastática é diretamente responsável pela maior parte da mortalidade relacionada com cancro em todo o mundo. O estudo das células tumorais circulantes permite aos médicos a monitorização contínua e em tempo real da sua progressão.
De acordo com Lorena Diéguez, o dispositivo desenvolvido no projeto "RUBYnanomed" pode levar a um prognóstico mais preciso e a um tratamento personalizado, contribuindo para um melhor equilíbrio entre o custo, a eficiência e a sustentabilidade do sistema de saúde.
Até ao momento já foi realizado um estudo pré-clínico com doentes com cancro colorretal metastático, estando a decorrer um segundo, com pacientes diagnosticados com cancro de bexiga metastático.
Já Daniela Pereira, investigadora da Universidade do Minho, apresentou o projeto "NbiON" em que está envolvida, projeto baseado no desenvolvimento de magnetolipossomas (lipossomas que incorporam nanopartículas magnéticas) que permitem o transporte de medicamentos usados em quimioterapia para combate ao cancro.
Esta abordagem tem como objetivo ultrapassar alguns dos problemas associados à terapia oncológica atual, permitindo o transporte seguro de drogas antitumorais e o respetivo direcionamento físico e químico para células tumorais específicas.
O aquecimento local promovido pelas nanopartículas magnéticas aumenta a libertação do fármaco, levando a uma terapia dupla e sinérgica eficiente.
As características específicas do nanossistema permitem uma redução significativa da dose de medicamento necessária a ser administrada em cada tratamento, a redução do número de tratamentos e, consequentemente, os efeitos colaterais causados pela quimioterapia clássica. Essa redução será acompanhada não apenas pelo aumento da qualidade de vida e da esperança de vida dos pacientes, mas também pela redução significativa dos custos diretos e indiretos associados ao tratamento do cancro.