Tetos a cair e fissuras nas paredes. Alunos do Liceu Camões exigem obras na escola
Os estudantes organizaram uma marcha até à Assembleia da República, pela requalificação do edifício. Há mais de uma década que a Escola Secundária de Camões está à espera de obras.
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Os estudantes a Escola Secundária de Camões, em Lisboa, manifestam-se, esta manhã, com uma marcha lenta até à Assembleia da República, para exigir obras na escola centenária.
O Governo anunciou, esta quarta-feira, um novo concurso para a reabilitação do antigo Liceu Camões, no qual pretende investir mais de 15 milhões de euros.
"A nova portaria de extensão de encargos, no valor de 15,2 milhões de euros (sem IVA), já está assinada pelos ministérios da Educação e das Finanças, pelo que o novo concurso está pronto a arrancar", revelou o gabinete de imprensa do Ministério da Educação.
Já em meados do último ano, havia sido lançado um concurso público internacional para obras na escola que não obteve concorrentes. O concurso envolvia um investimento de 12,46 milhões de euros, mais do que o inicialmente previsto.
Agora, o Governo volta a aumentar a verba para a requalificação do edifício, mas não avança uma data concreta para o início das obras. A escola está à espera de obras desde 2011, em diversos espaços, entre os quais o ginásio, as oficinas de artes e os laboratórios de Biologia.
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"A nossa memória ensinou-nos (...) que o mais provável é que este concurso também não ande para à frente, à semelhança dos outros todos", afirma Simão Bento, presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária de Camões, responsável pela organização do protesto.
Enquanto as obras de requalificação não avançam, os sinais da degradação do liceu estão muito bem identificados. Simão Bento enumera-os: "As fissuras nas paredes, os tetos que estão a cair, janelas que estão abertas e não dá para fechar, os estores, o frio insuportável nas salas de aula,..."
Os estudantes contam até com mantas e guarda-chuvas como adereços neste protesto, para simbolizar o frio e a chuva que têm de enfrentar diariamente na escola, fruto das más condições do edifício.
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Já em fevereiro de 2018, os alunos tinham-se concentrado junto à escola para exigir uma resposta do Governo aos problemas no Liceu Camões.
À semelhança dos alunos, também o diretor da Escola Secundária de Camões, João Jaime, hesita em entrar em euforia com o anúncio do arranque de um novo concurso. "Nestes últimos anos, não temos andado para a frente e arriscamos que, em outubro, vá haver eleições e a obra pode não ter começado", lamenta.
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O Liceu Camões, fundado em 1902, é uma das escolas mais antigas da capital, tendo chegado a ser transformado em hospital para acolher os doentes com a "gripe espanhola", em 1918.