As 150 vagas abertas há um ano pelo Ministério da Saúde para zonas carenciadas foram todas preenchidas. Ordem dos Médicos e sindicatos dizem que o interior do país continua com falta de médicos.
Corpo do artigo
Um ano depois de o Ministério da Saúde ter oferecido aos médicos incentivos para irem para o sul do país, a Ordem dos Médicos e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) dizem que a medida foi apenas um "paliativo" para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
TSF\audio\2018\02\noticias\27\maria_augusta_casaca_12h
Jorge Roque da Cunha, presidente do Sindicato Independente dos Médicos, diz que "as medidas, por muito bem-intencionadas que sejam, são um logro". O sindicalista dá como exemplo os hospitais de Faro, Castelo Branco e Portalegre: "Basta lá ir e verificar que a carência de recursos humanos é gritante".
O presidente do SIM condena ainda a permissão para que as empresas privadas prestem cuidados médicos no SNS e a demora, que já vai em cerca de um ano, na abertura do concurso para os 700 recentes especialistas.
Roque da Cunha sublinha que é preciso mais do que abrir vagas. Segundo o dirigente sindical, é necessário que o Ministério da Saúde "crie condições objetivas, juntamente com as câmaras municipais, de incentivos para que os médicos se desloquem para o interior - mas incentivos não só financeiros, também de condições de trabalho".
Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos considera que o número de vagas para zonas carenciadas deveria ser aumentado, alegando que "150 vagas é uma gota de água, não dá para suprir as deficiências que há só no Algarve".
Na opinião de Jorge Roque da Cunha, o interior merece mais. "Os cidadãos que pagam os seus impostos e que veem os políticos encherem a boca com os incentivos para a interioridade, veem no seu dia a dia que isso é um logro".