É uma espécie de advogado para a doença. A figura do "defensor do paciente" existe nos Estados Unidos e tem como objetivo a melhoria da autonomia dos doentes, o respeito pelos seus direitos e a proteção contra o erro ou negligência em cuidados de saúde.
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O "patient advocacy" vai ser debatido pela Liga Portuguesa contra o Cancro, que se assume como a primeira entidade nacional com vontade de exercer esta função. Nos Estados Unidos da América já existe desde a década de 50, mas em Portugal não está implementado e é difícil inclusive encontrar uma tradução à altura.
Para um mesmo diagnóstico de cancro existe, na grande parte dos casos, várias alternativas de tratamento e deve ser o doente a assumir o tratamento que pretende para o seu caso concreto e não o médico.
Debater-se pela apresentação das diversas alternativas de tratamento existentes para os mais variados cancros, mas também pela proteção do doente perante as escolhas que faz são exemplos daquilo que poderá fazer o "patient advocacy", uma espécie de advogado do paciente.
Esta função de "braço direito do doente" pode ser assumida por instituições ou voluntários. A nível europeu, o "patient advocacy" tem sido assumido por organizações. A Liga Portuguesa contra o Cancro considera estar em condições de avançar pela primeira vez como uma entidade que cumpra estes objetivos.
Apesar da Liga Portuguesa contra o Cancro reclamar a ideia como nova em Portugal, os enfermeiros dizem que já desempenham naturalmente a tarefa de assumir esta figura. Lúcia Leite, vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros, explicou à TSF que a defesa do doente está contemplada no estatuto da profissão e é uma das competência do enfermeiro de referência.
A Conferência Internacional "Cancer Patient Advocacy", que se realiza esta quinta e sexta-feira, em Coimbra, conta com um painel de especialistas de referência a nível nacional e internacional vai refletir e debater objetivos, modelos de organização e formas de atuação.