A prevenção do Suicídio na Polícia de Segurança Pública só será eficaz quando, na PSP, o tema depressão deixar de ser um tabu. Esta é a opinião de Marisa, um elemento policial que dá apoio ao Gabinete de Ação Social da ASPP - (Associação Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.
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"Um polícia não chora, um polícia não se queixa, um polícia não está mal. Nós não podemos chorar quando vemos uma família a chorar perante um cadáver, por exemplo. Nós temos que ser super-heróis", diz este membro da PSP que pede para não ser identificado com mais detalhes.
Para Marisa, a maioria dos polícias que tem problemas psicológicos queixa-se de problemas financeiros e familiares, "que de alguma maneira se misturam com as dificuldades que vivem dentro da instituição".
Muitos elementos da PSP evitam desabafar quando se sentem psicologicamente em baixo porque receiam ficar sem a arma de serviço.
"Alguém que não tem arma sente-se diminuído, sente-se diferente dos outros, vai fazer obrigatoriamente funções internas, já não está na rua com os outros elementos. Perde suplementos, não tem a oportunidade de fazer gratificados e se o problema for o dinheiro vai ver agravada a sua situação", revela.
Outro dos problemas que Marisa sublinha é o facto de os policias não falarem uns com os outros, uma vez que na PSP já não existem áreas de lazer.
"Hoje os nossos elementos trabalham juntos, acabam o trabalho e cada um vai para seu lado. Não existe a oportunidade de desabafar, de estar com o outro", revela.