"Há momentos chave em que é fundamental estarmos todos unidos." Professora explica o que leva a protestar esta segunda-feira.
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Apesar de o dinheiro de um dia a menos de trabalho lhe pesar na carteira, Manuela Antunes está esta segunda-feira de greve para exigir a recuperação integral do tempo de serviço.
A docente de Viseu, com 51 anos, complementa o salário que recebe como professora de educação física dando aulas de natação e vendendo produtos alimentares em mercados.
Com filhos na universidade e sendo única fonte de rendimento da família, Manuela Antunes explica à TSF que teve de por mãos à obra quando começaram os cortes.
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Há dez anos recebia, em termos líquidos, quase mais 300 euros do que agora lhe chega à conta, nota. Deveria estar no topo da carreira, mas para além das perdas salariais não progrediu.
O trabalho extra ajuda, "acaba por ir compensando", mas as dificuldades foram muitas e Manuela chegou a estar perto de perder a casa.
Ainda que o rendimento de um dia de trabalho perdido lhe faça falta, Manuela Antunes faz greve. "Vou ter de compensar de alguma maneira mas tenho de estar firme na luta."
"Há momentos chave em que é fundamental estarmos todos unidos."
Os professores iniciam esta segunda-feira uma nova greve para exigir que nove anos, quatro meses e dois dias de trabalho sejam contabilizados na progressão de carreira. Vai durar até quinta-feira e terminar com uma manifestação nacional.
Esta segunda-feira a greve deverá afetar sobretudo as escolas dos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém, e na terça-feira os distritos Portalegre, Évora, Beja e Faro.
No dia 3 de outubro, o protesto afetará Coimbra, Aveiro, Leiria, Viseu, Guarda e Castelo Branco e no dia 4 Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança.