Um médico de teve de ser deslocado para Albufeira para completar a equipa de dois médicos que deveriam estar nas Urgências. Várias pessoas esperaram horas para serem atendidas.
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Durante a tarde e início da noite de domingo esteve apenas um médico a atender no Serviço de Urgência Básica (SUB) de Albufeira, no Algarve, onde os doentes esperaram várias horas para serem atendidos, situação que motivou críticas do bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva.
O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) reconheceu a existência de uma falha nas escalas. Joaquim Ramalho explicou à TSF, que o Serviço de Urgência Básica de Albufeira funciona com dois médicos em permanência, que contam com o reforço de um terceiro clínico entre o meio-dia e a meia-noite, um apoio que falhou este domingo.
Acontece, ainda, que na mudança de turno, à noite, um dos elementos fixos chegou atrasado. Joaquim Ramalho justifica assim o facto de o serviço ter funcionado durante algum tempo com apenas um médico. O responsável do centro hospitalar do Algarve, garante, que o hospital agiu o mais rápido que pode.
Joaquim Ramalho admite a falha, mas lembra, por outro lado, que não na região do Algarve vive-se com escassez de meios.
De acordo com Joaquim Ramalho, as escalas estão organizadas, mas se há um profissional, contratado por uma empresa, que falha, como aconteceu hoje em Albufeira, a administração só consegue reagir "em cima da hora".
Incompreensível e insustentável
A Ordem dos Médicos diz não entender porque é que o Ministério da Saúde insiste em contratar médicos externos ao Serviço Nacional de Saúde para colmatar as falhas nos serviços de urgência.
A falta de médicos na região do Algarve, nesta época do ano é incompreensível, diz a Ordem que promete continuar a lutar contra a contratação temporária. Ouvido pela TSF, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva diz que este caso vem aumentar a preocupação.
Depois da meia-noite, os tempos médios de espera nas urgências em Albufeira eram de cerca de 5 horas para os casos menos graves e de duas horas, para os utentes com pulseiras amarelas, ou seja, os casos intermédios.
Houve doentes que desistiram e foram-se embora
A Lusa esteve no SUB de Albufeira, onde encontrou pouco mais de uma dezena de pessoas, cerca da 01:00, na sua maioria familiares que acompanhavam cinco doentes que aguardavam para ser atendidos, todos com pulseiras amarelas.
Um dos familiares com quem a Lusa falou, que não quis ser identificado, contou que chegou ao SUB de Albufeira com a mulher e o filho de três anos às 19:45 e que a mulher, a quem foi atribuída pulseira amarela, foi atendida às 22:40 e o filho, com pulseira verde, à meia-noite.
Segundo o homem, a situação estava agora mais calma porque muitas pessoas tinham desistido de esperar e acabaram por ir-se embora, uma vez que, à chegada, no ato de inscrição, foi avisado de que o tempo médio de espera era de duas horas.
O homem relatou ainda que a GNR foi chamada a intervir, por volta das 22:00, devido à confusão que se instalou entre os utentes e por alguns quererem exigir de volta o dinheiro da taxa paga no ato da inscrição.
Augusta Mendonça, outra senhora com quem a Lusa falou e que acompanhava a filha doente, contou que no ato de inscrição, cerca das 22:30, as avisaram de que o tempo médio de espera era de seis horas, mas afinal a filha foi atendida duas horas depois.