Ex-ministro da Defesa contactou o DCIAP e mostrou interesse em prestar esclarecimentos no caso mais polémico do momento.
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O ex-ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, manifestou esta quinta-feira ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) "total e completa disponibilidade e interesse" em ser ouvido sobre o caso de Tancos, disse o próprio à agência Lusa.
"Face às notícias de hoje sobre o chamado caso de Tancos, contactei o DCIAP, tendo manifestado, "com respeito pleno pela autonomia decisória da PGR [Procuradoria-Geral da República], a minha total e completa disponibilidade e interesse em ser ouvido pela investigação deste caso", disse José Azeredo Lopes, numa declaração enviada à Lusa.
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Na mesma declaração, José Azeredo Lopes acrescentou que reitera tudo o que afirmou "até à data" sobre aquele caso.
Esta quinta-feira, a Procuradoria-Geral da República negou que esteja agendada uma audição ao ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes.
"O Ministério Público do DCIAP não tem, neste momento, qualquer diligência agendada no âmbito da designada "Operação Húbris"", informou a PGR, numa resposta enviada à TSF.
Rui Rio disse esta quinta-feira que espera que Azeredo Lopes dê explicações sobre o caso na Assembleia da República.
Ministra da Justiça elogia atitude "louvável" de Azeredo Lopes
Questionada sobre a disponibilidade do ex-ministro da Defesa Nacional para ser ouvido sobre o caso de Tancos, a ministra da Justiça diz que é de louvar a disponibilidade, sublinhando que é positiva a colaboração com a justiça.
"Havendo qualquer dúvida relativamente a qualquer pessoa, não falo não só neste caso do ex-ministro da Defesa, acho que cada cidadão se deve por à disponibilidade das autoridades para esclarecer o que houver", disse Francisca Van Dunem.
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O furto de material de guerra dos paióis de Tancos foi divulgado pelo Exército no dia 29 de junho de 2017. A 18 de outubro a PJM anunciou que recuperou o material furtado, sabendo-se depois que faltavam munições e que foi encontrada uma caixa a mais.
Em setembro passado, uma investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da PJM e da GNR e de um civil.
Na mesma altura, foi noticiado que a PJM terá montado uma operação de encenação da recuperação do material furtado, que dela terão dado conhecimento ao chefe de gabinete do então ministro da Defesa.
Dias depois da demissão de Azeredo Lopes, o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, também se demitiu, tendo sido substituído pelo general Nunes da Fonseca.
O inquérito tem 9 arguidos constituídos e está em segredo de justiça.