O diretor-geral da Saúde, Francisco George, diz que podem surgir mais casos, mas acredita que "este problema - se bem que grave, que não pode ser ignorado - está agora controlado".
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Esclarecendo que, nos casos identificados, uns já tinham a bactéria e outros foram contaminados, Francisco George garantiu que "todas as medidas têm sido tomadas pela equipa do hospital de Gaia com o apoio dos serviços da Direção-Geral da Saúde (DGS)" e disse acreditar que "este problema - se bem que grave, que não pode ser ignorado - está agora controlado".
Questionado sobre os doentes infetados nos últimos dias no hospital de Gaia, Francisco George esclareceu que se trata de um problema resultado do uso indevido e excessivo de antibióticos
"Todos temos de reconhecer que o antibiótico é um bem, [mas] que tem risco porque há bactérias que são resistentes, exatamente devido ao uso indevido, o excesso de antibioterapia, quando é utilizado para tratar erradamente infeções de origem viral", concretizou. As bactérias, "uma vez em contacto com os antibióticos, podem desenvolver essas resistências e foi isso que aconteceu em Gaia", indicou.
Esta quinta-feira, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, Silvério Cordeiro, afirmou à agência Lusa que "a infeção está controlada. As pessoas que eventualmente tenham a bactéria estão isoladas e devidamente identificadas. O caso está a ser acompanhado pelas entidades competentes e portanto não há motivo para alarme nem há motivo para encerramento".
O hospital de Gaia disse ter identificado mais quatro doentes colonizados (não infetados) com a bactéria multirresistente que já causou a morte a três pessoas. Informou também que foram já criados sete quartos de isolamento individual, três enfermarias com capacidade de 11 camas na área médica e três enfermarias na área cirúrgica com capacidade de quatro camas.
Na passada semana, o centro hospitalar referiu ter identificado, desde 7 de agosto, mais de 30 doentes portadores de Klebsiella Pneumoniae, uma bactéria multirresistente que terá surgido em consequência do uso de antibióticos, é de rápida disseminação, transmite-se pelo toque, sobrevive na pele e no meio ambiente e desconhece-se a sua durabilidade.