Valery Spiridonov, que sofre de distrofia muscular espinhal, uma doença degenerativa de origem genética, diz-se preparado para ser o primeiro homem a receber uma cabeça nova. Falta saber quando e onde?
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Entrevistado pela agência russa Sputnik, Valery Spiridonov não conseguiu dizer quando será o transplante nem o país que o receberá:
"Ninguém coloca o objetivo de indicar uma data específica. Isto não é uma competição de velocidade. No entanto, de acordo com os cálculos do Dr. Sergio Canavero, se tudo correr conforme o planeado, dois anos é o período necessário para a verificação técnica de todos os cálculos científicos e detalhes. Claro que a operação numa pessoa viva só será feita quando o próprio médico e os especialistas estiverem confiantes do sucesso em 99%. Fazer a operação para obter belas fotos de uma eutanásia muito cara não está em nossos planos. Tanto quanto sei, o local ainda não está determinado".
Spiridonov diz que dá "muito valor à minha vida, porque ela é brilhante e cheia de acontecimentos", mas também se revela um "apaixonado pela ciência e tecnologia e estou convencido de que, com a sua [o cirurgião italiano Sergio Canavero] ajuda, a humanidade será capaz de resolver problemas com os quais hoje não consegue lidar, nomeadamente vencer doenças incuráveis".
O paciente russo diz que quando percebeu que "poderia participar em algo realmente grande e importante, não me restaram dúvidas e comecei a trabalhar nesse sentido". Há pelo menos 10 anos que se prepara para este objetivo. "Para mim sempre me pareceu lógico ter a oportunidade de transplantar não apenas um ou dois órgãos, como acontece hoje - mas todo um conjunto - no futuro próximo".
O que o motiva? "A única coisa que eu sinto é uma espécie de agradável sentimento de antecipação e a compreensão de que me tenho estado a preparar para algo realmente importante toda a vida, e que isso começa a acontecer". E, pessoalmente, Valery Spiridonov espera que "pessoas gravemente doentes possam vir a ser auto-suficientes, independentes. Quando eu o for, vou tentar saber como é bom viver uma vida perfeitamente normal".