"A greve é um ato simbólico, não temos um sindicato por trás, somos apenas estudantes"
Na véspera da greve climática estudantil, Francisca Salema de 16 anos, uma das estudantes que fazem parte da organização do protesto defende que o combate às alterações climáticas é uma luta urgente quer se quer mundial e intergeracional.
Corpo do artigo
"Dr. António Costa, queremos viver na terra em 2050" ou "Pensem em nós". Estas são apenas duas das frases que vão aparecer nos cartazes da manifestação de 15 de março. Em defesa do planeta, os estudantes portugueses responderam ao apelo internacional e organizaram uma greve climática estudantil. Amanhã saem à rua a exigir medidas urgentes para que o futuro não fique comprometido."É basicamente a luta pelo nosso futuro, os governos de todos os países ainda não perceberem o quão urgente é este assunto", lamenta Francisca Salema.
TSF\audio\2019\03\noticias\14\francisca_salema_almoco
"A greve é um ato simbólico, não temos um sindicato por trás, somos apenas estudantes, a greve é uma chamada de atenção para que o problema das alterações climáticas seja uma prioridade para os governos", explica a jovem de 16 anos que se juntou ao movimento para inspirar outras pessoas. "Conheci o movimento através das redes sociais, depois perguntei se me podia envolver e acabei por envolver-me em vários projetos." Francisca já deu várias palestras na escola, realizou um vídeo de sensibilização e ajudou a fazer cartazes para a manifestação de dia 15 de março. Além disso está a ajudar na criação dos cânticos que vão levar para a rua.
Francisca Salema explica que o movimento tem objetivos bem definidos para cada país. "No caso de Portugal, nós temos a meta de neutralidade carbónica para 2050, mas isso é muito tarde, nós queremos que a data baixe para 2030, só temos 12 anos para impedir que as alterações climáticas tenham um efeito mais grave, também queremos que os transportes públicos sejam melhorados para substituir transportes privados, fechar as centrais que ainda funcionam com combustíveis fósseis e acabar com os projetos de perfuração que ainda podem ocorrer em Portugal."
Esta semana, um grupo de jovens reuniu-se com o ministro do Ambiente e Francisca Salema sublinha que isso mostra que é possível haver um diálogo entre as pessoas mais novas e as pessoas que estão no poder. "O que nós queremos mesmo com este movimento é comunicação intergeracional, porque não são apenas os jovens que vão mudar a sociedade toda."
"Os hábitos individuais são extremamente importantes, mas se queremos que haja uma mudança significativa temos que juntarmo-nos a movimentos cívicos como este. Só numa escala mais mundial e mais governamental vamos conseguir resolver o problema", afirma Francisca Salema, aluna da Escola Secundária Rainha Dona Leonor.