Fissuras, "cascatas" quando chove, buracos no recreio. O dia-a-dia numa escola
Diretores escolares dizem que há dezenas de escolas no país que reclamam obras urgentes. Governo garante que a culpa é do anterior que bloqueou a maioria das intervenções.
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A Associação Nacional de Dirigentes Escolares alerta que há dezenas de escolas básicas do 2.º e 3.º ciclos, mas também algumas secundárias, a precisarem urgentemente de obras.
O presidente, Manuel Pereira, diz que na última década e meia as condições de muitas escolas do 1.º ciclo e secundárias melhoraram bastante, mas há escolas onde as condições ainda são bastante más: algumas secundárias onde as obras pararam com a crise e a chegada da troika; e sobretudo básicas do 2.º e 3.º ciclos construídas há cerca de 30 ou 40 anos e que quase pararam no tempo.
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Um dos casos onde pais e direção da escola reclamam há uma década obras é no Agrupamento de Escolas da Portela e Moscavide, em Loures, perto de Lisboa.
O relatório da delegada de saúde a que a TSF teve acesso revela dezenas de problemas na Secundária da Portela e sobretudo na EB23 Gaspar Correia: fios elétricos sem proteção; amianto; buracos no recreio com um pavimento que não oferece segurança para os alunos; ou infiltrações que quando chove criam verdadeiras 'cascatas', nas palavras das funcionárias e da própria diretora que acompanhou a TSF numa visita às duas escolas.
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Questionado pela TSF, o Ministério da Educação salienta que quando o atual governo chegou encontrou suspensas 40 intervenções em escolas e o cancelamento de 94 intervenções do Programa de Modernização das Escolas, a maioria com 2º e 3º ciclos do ensino básico. O investimento tinha caído drasticamente.
Dois anos depois de tomar posse, o governo garante que reverteu esse quadro, estando centenas de intervenções em preparação, em curso ou já concluídas, com dezenas de obras já terminadas e outras em procedimento concursal para empreitada.