O Governo marcou uma reunião com sindicatos, na véspera da paralisação, mas sem a presença do ministro Tiago Brandão Rodrigues. Os professores pedem o descongelamento das carreiras.
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O Governo vai reunir-se, esta terça-feira, com os sindicatos dos professores, horas antes do início da greve geral marcada para a próxima quarta-feira. Em declarações à TSF, o secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE) revelou o encontro e afirmou estar na expectativa para ouvir o que o Ministério da Educação tem a dizer aos professores.
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"Nós pedimos uma reunião ao ministério [da Educação] logo no dia 12 de outubro, recebemos uma recusa da realização da reunião, o que é inaudito - que haja uma desconsideração por um parceiro social", disse João Dias da Silva.
"Agora na véspera da ida do sr. ministro [da Educação] à Assembleia da república, é marcada uma reunião para as 17h e, julgamos, que sem a presença do sr. ministro", atirou, "tanto quanto sabemos será com a sra. secretária de Estado".
A ausência do ministro Tiago Brandão Rodrigues na reunião com os sindicatos é vista com maus olhos pela FNE, "dada a importância do tema", que sublinha que o encontro é de natureza "política e não técnica".
Os sindicatos olham com desconfiança para as intenções do Governo, ao convocar a reunião com os sindicatos.
"Temos muito receio de que, da parte do Ministério da Educação, não haja mais do que uma afirmação genérica que seja claramente insuficiente e pouco esclarecedora relativamente àquilo que são as reais intenções do ministério e do Governo para a garantia deste direito que os professores têm", João Dias da Silva.
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"Veremos qual é o conteúdo da reunião, em que sentido é que o ministério se coloca para o debate sobre o descongelamento de carreiras", disse o dirigente sindical que, para já, não vê "razão nenhuma" para desconvocar a greve de quarta-feira.
Também a Fenprof espera uma proposta "muito clara e muito concreta" por parte do Governo, na reunião desta terça-feira.
"Não iremos aceitar qualquer tipo de compromisso abstrato para que esta greve não se faça", declarou o secretário-geral da Fenprof.
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O sindicato adesão dos professores à paralisação, numa altura em que, segundo Mário Nogueira, os professores estão "indignados".
"Há uma grande indignação dos professores relativamente à forma como o governo pretende descongelar a carreira docente", assegura Mário Nogueira. A Fenprof quer ver esclarecida, acima de tudo, a questão da "contagem do tempo de serviço, ou seja a recuperação dos anos de serviço que os professores cumpriram".
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"Nem passa pela cabeça de ninguém que, contrariamente ao que acontece em outras carreiras que serão agora descongeladas, no caso dos professores, o tempo de serviço é para apagar", defendeu.