Os manifestantes conhecidos como coletes amarelos portugueses estão esperançosos de que o protesto não vai arrefecer e aguardam a chegada de reforços para avançarem até à Assembleia da República.
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Os coletes amarelos estão "acampados" na Rua Braamcamp. A hora de almoço trouxe mais calma, pessoas sentadas nas estradas, nos passeios e nos muros em redor do Marquês de Pombal.
As palavras de ordem vão surgindo à medida que um ou outro manifestante agarra no microfone e grita: "O povo unido jamais será vencido" ou "Acorda, Portugal".
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Aos poucos chegam grupos de três, quatro, cinco pessoas. E é mesmo desse movimento que os responsáveis estão à espera. À TSF, os organizadores do protesto confirmaram que estão a aguardar pelas 17h00, altura em que deve juntar-se mais gente à manifestação.
Apenas nesse momento os coletes amarelos pretendem dirigir-se à Assembleia da República. Têm esperança que as pessoas de outros pontos do país se juntem e, principalmente, que quem sai do trabalho por volta dessa hora vista o colete e venha para a rua.
"A polícia quer vencer-nos pelo cansaço, mas não vai vencer. Vamos ficar aqui. Estamos para ficar", desabafa Luísa Patrão, uma das responsáveis pelo movimento.
A corrupção, os ordenados e subvenções dos políticos, os impostos e os salários continuam a ser os pontos mais abordados durante os curtos discursos de quem está presente.
A "vergonha" do povo ecoa ainda com gritos contra políticos. "Político é ladrão, político é ladrão". "Abaixo a corrupção, ninguém tem mais força que o povo", ouve-se também, juntamente com "estou farto de ser roubado".
Os gritos de revolta chamam a atenção de quem passa. Na rua, estrangeiros curiosos aproximam-se de quem tem um colete vestido, de quem está mais afastado e fazem perguntas, comparam com o que se passa no seu país e aprovam: "Aqui podem fazer isto porque resulta", diz um brasileiro que está de passagem mas que promete seguir o protesto até ao Parlamento.
A caminhada até à casa da democracia teima em chegar e está, por enquanto, apenas nos objetivos, mas quem está presente não tem dúvidas que o protesto não está a arrefecer.
Enquanto não há decisão nem chegam mais pessoas, canta-se o hino à capela e abanam-se bandeiras de Portugal.
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