Demissão já foi aceite e já há substituto nomeado.
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O Comandante Operacional Nacional de Operações de Socorro, António Paixão, apresentou a demissão em divergência com o Governo. A demissão foi aceite pelo Ministério da Administração Interna e já há substituto: o coronel José Duarte da Costa vindo do Exército.
Várias fontes contactadas pela TSF adiantam que a carta de demissão foi escrita no fim da semana passada depois de vários problemas no planeamento e já mesmo na execução do dispositivo de combate a incêndios florestais de 2018.
A gota de água aconteceu depois de uma reunião com a presença do Secretário de Estado da Proteção Civil, o comandante nacional de socorro e os representantes dos bombeiros, num ambiente que segundo quem esteve presente foi de cortar à faca. A reunião acabou a meio, em discussão, entre quem representa os bombeiros e o coronel António Paixão, mas sem uma posição clara do ministério.
No comunicado em que entretanto confirma a saída, o Ministério da Administração Interna apenas diz que o pedido de demissão surge por "razões pessoais".
A TSF falou com o Comandante Operacional Nacional que não comenta nada.
Falta de meios aéreos
Além das fortes críticas da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Paixão também enfrentava a falta dos prometidos meios aéreos e várias dificuldades no planeamento do combate aos fogos.
Recorde-se que o planeamento escrito na Diretiva Operacional Nacional previa que desde 1 de maio o país já tivesse 20 meios aéreos disponíveis, mas a 8 de maio fonte interna da ANPC adianta que continuam a estar operacionais apenas três helicópteros ligeiros: os três helicópteros pesados Kamov previstos ainda estão para reparação; e os outros meios aéreos previstos aguardam o visto ao contrato de aluguer pelo Tribunal de Contas.
Substituto vem do Exército
Depois de um operacional vindo da GNR, o novo nome à frente do proteção civil nacional vem do Exército.
O Ministério da Administração Interna adianta que o coronel José Duarte da Costa era Chefe do Estado Maior do Comando das Forças Terrestres, sendo até agora responsável pelas áreas de planeamento e execução da atividade operacional da componente terrestre das Forças Armadas.
O governo acrescenta que José Duarte da Costa era "responsável pela implementação de soluções organizacionais respeitantes ao emprego dos recursos humanos, materiais e financeiros em missões militares, sejam elas ligadas à capacidade de combate ou à capacidade de continuadamente executar missões de apoio militar de emergência e de apoio ao desenvolvimento e bem estar das populações, no suporte e aconselhamento do processo de decisão dos Chefes Militares".
O novo homem forte da ANPC colaborou várias vezes no passado no combate a incêndios, nomeadamente "no planeamento das ações de emprego dos meios e capacidades do Exército" cada vez mais frequentes nos últimos anos.