Plataforma sindical vai prescindir de reunir novamente com o Governo, avançando para reuniões com os grupos parlamentares.
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Terminaram sem acordo as negociações entre o ministério da Educação e os sindicatos dos professores, que decorreram esta segunda-feira.
Nenhuma das partes cedeu nesta segunda ronda de negociações: o ministério mantém a intenção de repor apenas dois ano se nove meses do tempo de serviço dos docentes, ao passo que os sindicatos não aceitam menos do que a reposição dos nove anos, quatro meses e dois dias.
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O insucesso destas negociações levou Mário Nogueira, líder da Fenprof, a classificar o processo negocial como "uma farsa carnavalesca", acusando o Governo de nunca ter estado disposto a negociar.
Depois da reunião desta segunda-feira, a plataforma de dez estruturas sindicais de professores, que tem negociado com o Governo a recuperação do tempo de serviço congelado, não vai pedir mais nenhum encontro suplementar com o Executivo, afirmou Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof. Esta quinta-feira, a plataforma vai ao Parlamento para se reunir com os diversos grupos parlamentares e tentar, dessa forma, chegar a uma solução alternativa à da negociação com o Governo.
Com o fim do processo negocial, a proposta do Governo deverá seguir para aprovação em Conselho de Ministros e depois para promulgação pelo Presidente da República.
Para os sindicatos, o diploma do Governo é inconstitucional em vários aspetos, como permitir a ultrapassagem indevida de professores, e a ausência de "uma negociação efetiva" em violação de uma lei da Assembleia da República.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, negou, em declarações aos jornalistas, que o diploma possa conter alguma ilegalidade e afirmou que houve seriedade em todo o processo negocial.