O gabinete do ministro da Economia não esclarece se o Governo pretende manter o apoio à organização da conferência, embora se demarque do convite.
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"Não temos nada a ver com a lista de convidados, que é da inteira responsabilidade da Web Summit". É desta forma que o gabinete do ministro da Economia responde quando confrontado com a polémica criada em torno da esperada participação de Marine Le Pen na conferência que acontece em novembro, em Lisboa.
O Governo, através do gabinete de Manuel Caldeira Cabral, escusa-se a fazer mais comentários sobre o assunto, mesmo quando questionado sobre se pretende manter o apoio. A organização da Web Summit, liderada por Paddy Cosgrave, assinou um contrato de três anos no valor de 3,9 milhões de euros para realizar o evento em Portugal.
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Já esta tarde, o Bloco de Esquerda exortou o Governo e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) a pronunciarem-se sobre esta matéria, que tem feito correr muita tinta nas redes sociais.
"Não é normal que até agora ou Governo ou a CML - que são as entidades públicas que estão ligadas à organização deste evento - não se pronunciem sobre o que é que acham sobre a presença de Marine Le Pen", sublinha a deputada Isabel Pires, acrescentando: "O que está em causa é a vinda duma líder da extrema-direita a um evento com apoios públicos para ter mais um palco para propagar ideias racistas e xenófobas, que tem sido a linha política do partido que ela lidera".
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A deputada bloquista considera que "não é aceitável que possam existir dinheiros públicos a financiar a vinda" de Le Pen a Portugal.
A TSF tem tentado contactar a Câmara de Lisboa e a organização da Web Summit, mas até agora sem sucesso.