
Dado Ruvic / Reuters
A autarquia está a preparar um concurso extraordinário destinado a famílias em situação vulnerável e de perda de habitação, para evitar que tenham de sair daquela zona. Há cem fogos disponíveis.
A vereadora Paula Marques diz que o centro histórico da capital está sob uma "situação excecional e extraordinária" fruto das pressões do alojamento local e da especulação imobiliária e por isso, a Câmara de Lisboa vai lançar um concurso "direcionado à população que está em situação de perda comprovada de habitação", uma população "mais vulnerável em idade e em rendimentos", sublinha a vereadora da Habitação e do Desenvolvimento Local.
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Assim, o município vai "pôr património municipal habitacional à disposição da população", nomeadamente "100 fogos, 50% dos quais estão já em obra, e o remanescente com empreitada lançada agora no final do ano", apontou a vereadora. Esta medida, que permitirá à autarquia "ter mais um instrumento de habitação" municipal, irá abranger as quatro freguesias do centro histórico da capital: Santa Maria Maior, São Vicente, Misericórdia e Santo António.
"O concurso será lançado com a aprovação da proposta em reunião de Câmara", adiantou Paula Marques, acrescentando que pretende levar o documento à apreciação da restante vereação na primeira reunião do ano, que deverá ocorrer na primeira semana de janeiro.
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Poderão concorrer "pessoas que já vivam nestas quatro freguesias, que estejam em situação de perda de habitação e também em situação de rendimentos mais vulnerável", precisou a autarca, observando que serão utilizadas as "regras que já estão aprovadas" para outros concursos.
A vereadora acredita que ainda no primeiro trimestre de 2018 a primeira chave seja entregue.
Paula Marques sublinha que é necessário serem postas em prática "medidas de fundo e estruturais" quanto ao impacto do turismo na cidade, que devem ser legisladas pela Assembleia da República e trabalhadas pelo Governo. À TSF a vereadora disse esperar que essas medidas resultem, para evitar que dentro de um ano outras iniciativas extraordinárias tenham de ser postas em prática. Mesmo assim admitiu estar atenta e que se outras zonas da cidade precisarem de medidas como aquela que está a anunciar, a Câmara de Lisboa irá avançar nesse sentido.