
Paulo Novais/Lusa
Marcelo Rebelo de Sousa espera "que o Governo tire todas as consequências".
Marcelo Rebelo de Sousa pediu à Assembleia da República que "soberanamente clarifique se quer ou não manter em funções o Governo".
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Em caso de resposta negativa, "evita-se um equívoco", em caso de resposta positiva "reforça-se o mandato para as reformas inadiáveis", disse o Presidente da República na sequência da moção de censura anunciada pelo CDS-PP.
"O Presidente da República é, antes de mais, uma pessoa", começou por dizer na sua declaração ao país esta terça-feira à noite, lamentando a destruição e mortes provocadas pelos incêndios.
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"Estas mortes representam a fragilização dos portugueses (...) Claro que uma tal fragilidade foi ou é excessiva ou injusta". Fica a promessa: o chefe de Estado estará atento e exercerá todos os seus poderes "para garantir que onde existiu ou existe fragilidade, ela terá de deixar de existir".
Marcelo Rebelo de Sousa exigiu uma "rutura" com o passado e aconselhou "humildade cívica", afirmando: "É a melhor, se não a única forma de verdadeiramente pedir desculpa às vítimas de junho e de outubro - e de facto é justificável que se peça desculpa".
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"Abrir um novo ciclo inevitavelmente obrigará o Governo a ponderar o quê, quem, quando e como melhor serve serve este ciclo. Se na AR há quem questione a capacidade do atual Governo para realizar estas mudanças indispensáveis e inadiáveis, então que a mesma Assembleia "soberanamente clarifique se quer ou não manter em funções o Governo".
"Esta é a última oportunidade para levar a sério a floresta (...) Se houver margens orçamentais, que se dê prioridade à floresta e à prevenção dos fogos", disse ainda o Presidente a partir de Oliveira do Hospital, uma das regiões mais fustigadas pelos incêndios de domingo.
Marcelo Rebelo de Sousa vai receber o CDS-PP na quarta-feira às 20h00 no Palácio de Belém, em Lisboa, e depois o PCP, às 21h00, disse à Lusa fonte da Presidência da República.
Estes dois partidos pediram audiências ao Presidente da República na sequência dos incêndios florestais que deflagraram no fim de semana.
No caso do CDS-PP, a audiência foi pedida com caráter de urgência. O PCP pediu também para ser recebido pelo primeiro-ministro e pela procuradora-geral da República.