O socialista tinha 99 anos. Antes do 25 de abril foi também militante do PCP, entrou na prisão "um rapaz e saiu um homem".
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Edmundo Pedro, nome incontornável da resistência, antes do 25 de abril, foi preso, pela primeira vez, "quando acabava de fazer quinze anos", por participar na preparação de uma greve nas oficinas do Arsenal do Alfeite, como contava, em 2005, à TSF.
Foi a primeira de muitas detenções, com a mais dura a ter como palco o Tarrafal, em Cabo Verde, onde morreram 32 pessoas e cerca de 300 cumpriram pena.
Na descrição de Edmundo Pedro, ele e o pai, Gabriel Pedro, foram presença assídua e registaram o recorde de permanência na "frigideira", um dos locais de tortura.
"Era uma cela em cimento armado, um cubo com uma porta em ferro, uma frestazinha em cima, o teto em cimento e não tinha telhado. Era um forno autêntico". Durante o dia a temperatura atingia os 45 graus, à noite, parecia "um chuveiro".
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Edmundo Pedro aderiu ao PCP, nos anos 30, do século passado, porque "acreditava nos tais amanhãs que cantam", mas havia de afastar-se do partido em 1945, depois de ser suspenso por planear uma fuga sem autorização.
Um ano antes do 25 de abril, fundou o PS, ao lado de Mário Soares, foi deputado, e presidente da RTP.
Nasceu, em 1918, no Samouco, em Alcochete. Faria este ano cem anos.